Eu e o silêncio estamos conversando.
Sussurrando baixinho, porque ele não é dado a alardes.
Há tempos vem tentando chegar perto.
O silêncio é um sábio conselheiro. Tem me dito tantas
coisas.
A gente se encontrou frente ao mar, chegou de mansinho e me
encarou.
Desses encontros que o acaso gosta de marcar.
Não pude desviar.
Nos conhecíamos de vista, mas nunca quis me aproximar.
Nos conhecíamos de vista, mas nunca quis me aproximar.
Quanto notei, já estávamos trocando confidências e perdemos
a hora.
A paz que me trouxe foi tanta que não consegui dizer
adeus.
Despretensiosamente convidei pra vir comigo, e não é que ele
aceitou?
Hoje o silêncio me faz companhia, me afaga e acarinha.
A gente tem se entendido.
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2 comentários:
Fernando Pessoa já dizia que nenhuma pessoa pode se conhecer verdadeiramente senão entender o silêncio, assim, na cor do silêncio fizeste de um momento uma epifania, de uma nostalgia uma lembrança e das palavras uma aurora da nossa simples condição humana que não pede preferências e sim apenas entendimento... parabens novam,ente pelo lindo texto.. do sempre admirador.
Fabrine, são textos profundos e complexos. Continue ousando!
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