segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Paisagem da Janela

" Da janela lateral do quarto de dormir vejo uma igreja um sinal de glória,
Vejo um muro branco e um vôo pássaro, vejo uma grade, um velho sinal...
Mensageiro natural, de coisas naturais. Quando eu falava dessas cores mórbidas,
Quando eu falava desses homens sórdidos, quando eu falava desse temporal,
Você não escutou.
Você não quis acreditar, mas isso é tão normal... "

....

Dizem que uma imagem vale mais do que mil palavras. Essa imagem me fala muito mais do que mil palavras. Me fala momentos, sentimentos, dores, alegrias. Por cinco anos era por ela que eu olhava os dias e as noites da minha vida. Não sei contar quantas vezes me debrucei nela pra ver a lua, pra sentir o vento, pra tocar a chuva. Sim... e também para tentar enxotar os gatos barulhentos do telhado do vizinho e estender as roupas no varal.
Eu sou uma pessoa que se apaixona muito e não apenas por pessoas. Coisas me encantam, não no sentido material, mas gosto de admirar coisas belas, sentimentos bons, sorrisos em rostos de crianças, ver a beleza em um rosto enrugado pelos anos, uma letra bonita, um desenho feito por uma criança, as nuvens branquinhas num céu azul...
Coisas que a gente não tem, mas possui. Me apodero das coisas que me cativam, assim como essa paisagem da janela do meu quarto.
Agora, sentindo o cheiro de tinta, varrendo meus últimos vestígios, me despeço do meu quadrado mágico. Penso que outra pessoa vai refletir essa Igreja nos olhos. Não tenho ciúmes. Tudo chega ao fim, e eu aproveitei bem meus dias ensolarados e nebulosos em Pelotas. Sei que a beleza e a alegria estão nas coisas simples e cotidianas, então vou achar muita beleza por onde eu for. E sempre que eu quiser, posso fechar os olhos e estar ali, debruçada em livros, em frente ao computador e descansar o olhar por essa janela.


quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Enfim chegou...


" Hoje os ventos do destino começaram a soprar.
Nosso tempo de menino foi ficando para trás.
Com a força de um moinho que trabalha devagar vai buscar o teu caminho.
Nunca olha para trás. "
Seis anos que pareciam intermináveis, mas passaram tão rápido...
A vida nos leva pra onde nunca imaginamso ir, mas notamos que, mesmo parecendo tudo tão ruim e difícil, a vida sempre dá um jeito de contornar os obstáculos e coloca outras lentes em nossos olhos, que dá cor à paisagem que nos parece cinza.
Vou sentir saudades de Pelotas, dos colegas -amigos, dos colegas-irmãos, dos funcionários, do S. Leonídio do bar, das paredes quase centenárias do prediozinho amarelo e tão simpátio que aprendi a mar.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Metamorfoses

Uma das minhas frases de efeito, geralmente usada quando sofria uma crítica ou elogio era “Sei bem a medida do que eu sou”. Pois, não é que cheguei à conclusão de que definitivamente não sei a minha real medida. Se é que temos uma. Tudo bem, somos seres em constante transformação.
Nossos limites, valores, vontades, angústias mudam tão rápido que não raro estamos desatualizados do nosso próprio “sistema”. Muitas pessoas passam a vida inteira sem se questionar isso, talvez sejam até mais felizes. Ignorar as coisas ou não questionar é cômodo, porém nos priva da oportunidade de sentir a prazerosa e reconfortante sensação de passar no seu próprio teste. Na verdade nem digo passar, porque até hoje nunca passei no meu teste, isso que os critérios e nível de dificuldade que me imponho são bem razoáveis. Mas só o fato de me auto-avaliar, da forma menos tendenciosa possível, já é um grande fator de crescimento e, conseqüentemente, é muito proveitoso.
Certo dia um amigo me perguntou se eu aceitava melhor as críticas ou elogios. Respondi críticas. Menti. Menti conscientemente. Eu sabia que aceitava melhor elogios. Mesmo sabendo que muitas vezes não os merecia (eu sabia minha real medida), agradecia ou desdenhava, porém aceitava sem grandes reflexões ou refutação. Agora, se essa pergunta me fosse feita novamente, a resposta seria a mesma mas, dessa vez, seria verdadeira. Incrível como a minha forma de reconhecer meus defeitos mudou. Aceito as críticas que me fazem e geralmente sou merecedora delas (apesar de não saber mais minha real medida). Confesso que, mesmo de cara torta, tento me corrigir. Isso é um grande progresso.
Tudo o que pára, atrofia. Não vou nadar contra a corrente, vou mudar também, afinal, somos seres em constante construção, reconstrução e, dizem alguns, destruição. Vai saber... eu não ouso mais classificar quem eu sou.

terça-feira, 1 de janeiro de 2008

Bem - vindo 2008!!

E chegou... da forma mais sui generis possível, mas cheio de alegria!!!

Comecei o ano com o pé direito, ao lado de pessoas que há muitos anos enchem minha alma de alegria! Amigas que podem ser chamadas de irmãs.

Na foto: Paloma, Julia, eu e Neca no Cozumel, em Atlântida.