tag:blogger.com,1999:blog-31615681980177919792024-03-05T01:49:36.695-08:00Ostracismo VoluntárioFabrinehttp://www.blogger.com/profile/15912938054765625729noreply@blogger.comBlogger73125tag:blogger.com,1999:blog-3161568198017791979.post-78622084885352746452020-06-23T11:09:00.001-07:002020-06-26T14:51:37.221-07:00Ensaio Sobre Baratas<div style="background-color: white; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<br /></div>
<div style="background-color: white; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjujHN8InhHf5RDy62qaZK3zoxyTBxY0RIbtHFpArkJTiDSMm8jz9Ul4lzSM6lx_djHC93PtDYParOeB64bUyZYrjlHSXbDA8agD5e8faBBrMPueHWpMP2HWZS0SOJiPuG2OijeAz77KZfh/s1600/x.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="720" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjujHN8InhHf5RDy62qaZK3zoxyTBxY0RIbtHFpArkJTiDSMm8jz9Ul4lzSM6lx_djHC93PtDYParOeB64bUyZYrjlHSXbDA8agD5e8faBBrMPueHWpMP2HWZS0SOJiPuG2OijeAz77KZfh/s320/x.png" width="240" /></a></div>
<br /></div>
<div style="background-color: white; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif;"><span style="font-size: 14px;">Certa feita uma amiga disse que em meio a uma discussão com o namorado, soltou a seguinte frase: “eu mesma mato minhas baratas”.</span></span></div>
<div style="background-color: white; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif;"><span style="font-size: 14px;">Quando contou o que houve, essa frase ecoou nos meus pensamentos. É uma boa forma de dizer que ela é independente e autossuficiente, claro que estou fazendo uma interpretação lato sensu.</span></span></div>
<div style="background-color: white; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif;"><span style="font-size: 14px;">Por um breve momento, lembrei das várias baratas que já matei nessa vida. Sim, morando sozinha, se eu não matar, quem vai? Pior é saber que um bicho feio e nojento daqueles está habitando meu lar.</span></span></div>
<div style="background-color: white; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif;"><span style="font-size: 14px;">Não tenho medo de barata, tenho muito nojo, ojeriza e o único medo é que ela venha para perto de mim.</span></span></div>
<div style="background-color: white; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif;"><span style="font-size: 14px;">Já travei duelo com spray de cabelo, desodorizador de ambiente, detergente de louça, até amaciante de roupas. Pego a arma que estiver mais perto. Confesso que nas vezes em que não matei afogada, pelo menos deixei ela bem tontinha.</span></span></div>
<div style="background-color: white; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif;"><span style="font-size: 14px;">Não é uma tarefa fácil, até mesmo porque, conforme um documentário, as baratas são os únicos seres que sobreviveriam a uma guerra nuclear. Imagine...</span></span></div>
<div style="background-color: white; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif;"><span style="font-size: 14px;">Quem já passou por isso sabe o pânico que dá quando ela está em cima da porta, com as anteninhas se mexendo e olhando pra ti, parecendo pronta pra dar o bote.</span></span></div>
<div style="background-color: white; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif;"><span style="font-size: 14px;">Sou uma mulher que mata suas próprias baratas, instala chuveiro, troca resistência, botijão de gás, paga suas contas e lida com os embates do dia a dia sem ter pra onde correr e confesso que há pouco drama nisso. Momentos de solidão, vazio e carência fazem parte da vida de todas as pessoas que vivem sozinhas ou não.</span></span></div>
<div style="background-color: white; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif;"><span style="font-size: 14px;">Acho que foi isso que minha amiga quis dizer. Que ela sabe se defender e não precisa de um homem ao seu lado para servir como alegoria.</span></span></div>
<div style="background-color: white; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif;"><span style="font-size: 14px;">Vivemos numa época em que as pessoas querem, mais do que convenções sociais, serem felizes.</span></span></div>
<div style="background-color: white; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif;"><span style="font-size: 14px;">Este parece um texto feminista, mas não é, serve para os homens também. Pessoas que podem fazer um bom lar, criar laços saudáveis e perenes de afeição são as que sabem matar suas próprias baratas, são as que “pegam” juntas nos embates da vida e não têm medo de viverem sozinhas.</span></span></div>
<div style="background-color: white; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif;"><span style="font-size: 14px;">É claro que adoraria ter alguém comigo para ajudar a montar a melhor estratégia para matar o tal bichinho ou segurasse a lanterna para eu trocar a resistência do chuveiro à noite, quando queima no meio do banho (segurar a lanterna e trocar a resistência junto é uma árdua tarefa), mas não é por isso que vou por uma plaquinha no pescoço e escrever: “procura-se”.</span></span></div>
<div style="background-color: white; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif;"><span style="font-size: 14px;">Todos nós sempre estamos a procura de alguém para coexistir, ter filhos, para amar e ser amado, eu não fujo à regra. Mas não quero um genitor para meus filhos, um provedor ou a companhia de uma pessoa que sirva para eu descarregar minhas carências ou satisfazer meus caprichos.</span></span></div>
<div style="background-color: white; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif;"><span style="font-size: 14px;">Então, que fique claro, não estou queimando sutiã, apenas ratifico a opinião de que, em tempos de relacionamentos falidos, solidão a dois e comodismo emocional, opto por, assim como as mulheres que me inspiram, a continuar matando, eu mesma, minhas baratinhas.</span></span></div>
<div style="background-color: white; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif;"><span style="font-size: 14px;"><br /></span></span></div>
<div style="background-color: white; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif;"><span style="font-size: 14px;">"Minha solidão não tem nada a ver com a presença ou ausência de pessoas. Detesto quem me rouba a solidão, sem em troca me oferecer a verdadeira companhia."</span></span></div>
<div style="background-color: white; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif;"><span style="font-size: 14px;"><br /></span></span></div>
<div style="background-color: white; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif;"><span style="font-size: 14px;">Friedrich Nietzsche</span></span><br />
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif;"><span style="font-size: 14px;"><br /></span></span>
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif;"><span style="font-size: 14px;"><br /></span></span>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEivUDH5CVygzP8_EiB7CWm79pjNyX7JqnaaLqhnyDZnI2JsXz3pv1A9g-cfaq9qy8Up3kcHD-7J5Hw1b51JiN2UjDKty6CLd2ThIxDBLmB5hewICcoe7UI9xrQ-Ql6WGiX1R0-_ivPpfRq7/s1600/untitled.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="540" data-original-width="720" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEivUDH5CVygzP8_EiB7CWm79pjNyX7JqnaaLqhnyDZnI2JsXz3pv1A9g-cfaq9qy8Up3kcHD-7J5Hw1b51JiN2UjDKty6CLd2ThIxDBLmB5hewICcoe7UI9xrQ-Ql6WGiX1R0-_ivPpfRq7/s320/untitled.png" width="320" /></a></div>
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif;"><span style="font-size: 14px;"><br /></span></span></div>
Fabrinehttp://www.blogger.com/profile/15912938054765625729noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-3161568198017791979.post-63646345882453330362020-06-23T10:54:00.000-07:002020-06-23T10:54:06.496-07:00Reflexões sobre Desiderata<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Hoje compartilho um dos meus poemas preferidos. Uso sua leitura como ancoragem em momentos de tempestades. Há uma linda história sobre ele. Sua letra serviu de inspiração para o famoso texto do Pedro Bial “Filtro Solar” e para o Renato Russo compor uma linda e famosa canção. Vocês vão reconhecer qual é ao lerem. Desiderata, do latim "coisas desejadas", é um poema que muitos atribuíram a um autor anônimo datado do século XVII. Na realidade, se trata de um poema do filósofo e advogado Max Ehrmann escrito em 1927, que só foi a público em 1948, quando sua esposa publicou seus poemas de forma póstuma. O erro surgiu porque, por muitos anos, ‘Desiderata’ foi um poema que passou de mão em mão impulsionado pelo movimento hippie, como uma espécie de ato de boa vontade e foi assim que chegou às mãos de um pastor de Maryland que, pela falta de autoria, colocou a legenda “Igreja de Saint Paul, 1692, ano da fundação da Igreja”. Alguém da congregação ficou encantado com o poema e pediu que um jornal o publicasse, tomando o mundo sem a real autoria. Após traduzido para mais de 70 idiomas, chegou nas minhas mãos em 2011. O mais salutar de tudo é que Max Ehrmann escreveu Desiderata para si mesmo em um momento de extrema crise e o carregava no bolso para sempre que se sentisse sem esperanças, ali encontrasse forças para ir adiante. Com todo amor, divido com vocês meu porto seguro em meio à tempestade que a todos acomete:</div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Desiderata: um caminho para a vida</div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Anda placidamente por entre o barulho e a pressa e lembre-se da paz que pode haver no silêncio.<br />Tanto quanto possível, sem sacrificar seus princípios, conviva bem com todas as pessoas.<br />Diga a sua verdade calma e claramente e ouça os outros, mesmo os estúpidos e ignorantes, pois eles também têm sua história.<br />Evite as pessoas que falam alto e que são agressivas, elas são um tormento para o espírito.<br />Se você se comparar aos outros, pode tornar-se vaidoso ou amargo, porque sempre existirão pessoas superiores e inferiores a você.<br />Desfrute de suas conquistas, assim como de seus planos. Mantenha-se interessado em sua própria carreira, mesmo que humilde, é um bem verdadeiro na sempre instável sorte do tempo.<br />Tenha cautela nos negócios, pois o mundo é cheio de trapaças. Mesmo assim não ignore a virtude que existe nesta área. Muitos lutam por ideais nobres e em toda parte é possível encontrar heroísmo.<br />Seja você mesmo. Sobretudo, não finja afeição. E nem seja cético sobre o amor, porque, apesar de toda a aridez e desencantamento, ele é tão perene quanto a relva.<br />Aceite gentilmente o conselho dos anos, renunciando com graciosidade às coisas da juventude.<br />Alimente a força do espírito para ter proteção em um súbito infortúnio. Mas não se torture com temores imaginários. Muitos medos nascem da solidão e do cansaço.<br />Adote uma disciplina sadia, mas não seja exigente demais. Seja gentil consigo mesmo.<br />Você é filho do Universo, assim como as árvores e as estrelas. Você tem o direito de estar aqui.<br />E mesmo que não lhe pareça claro, o Universo, com certeza, está evoluindo como deveria.<br />Portanto, esteja em paz com Deus ou o Infinito, não importa como você o conceba.<br />E, quaisquer que sejam as suas lutas e aspirações no ruidoso tumulto da vida, mantenha a paz em sua alma.<br />Apesar de todas as falsidades, maldades e sonhos desfeitos, este ainda é um belo mundo.<br />Alegre-se! Empenhe-se em ser Feliz.</div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Max Ehrmann</div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; display: inline; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-top: 6px;">
Carpe Diem!</div>
Fabrinehttp://www.blogger.com/profile/15912938054765625729noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3161568198017791979.post-18601395125097190842020-06-23T10:21:00.003-07:002020-06-23T10:21:54.677-07:00Amor de Mãe<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<br /></div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Essa semana aconteceu uma situação pitoresca. Estou no sítio onde reside minha mãe. Meu quarto é distante dos demais, mais silencioso e com linda vista para a lagoa. Mas, nem tudo são flores nessa bucólica quarentena. Numa dessas madrugadas fui acordada com um barulho estranho vindo do pátio, um grunhido que não reconheci como sendo de qualquer espécie de animal. Tentei voltar a dormir, mas o barulho parecia chegar mais perto. Comecei a imaginar um animal exótico descendente do bicho papão.</div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Confesso que não "titubeei", fui correndo para o quarto da mãe. Na verdade, a vontade era de conseguir uma cúmplice para verificar que animal era aquele. Chamei por ela, acordou meio sem entender. Expliquei o que acontecia, apenas disse: "Deita aqui e deixe ele ir embora". Aceitei. Ela me abraçou e ficamos ali, já estava amanhecendo, logo ligou a rádio para ouvir o noticiário de costume. Rimos da situação e acabou sendo uma diversão.</div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Após tantos anos, que nem lembro, dormi novamente na cama da mãe. Trinta anos separam a menina de 8 anos que corria para o quarto dos pais sempre que sentia medo, da mulher de 38 de hoje. Por um momento, naquela noite, voltei a sentir a segurança do amor de mãe, tão insubstituível e forte.</div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Enquanto ela me abraçava agradeci por estar ali, ter ela próxima ao alcance das mãos e de como muitos gostariam de ter a mesma sorte por ainda ter essa proteção. Carregamos em nós sempre a criança que um dia fomos, nos tornamos fortes, independentes, resilientes perante os problemas da vida, mas não raro, quando o sapato aperta, pensamos: “ah, eu só queria minha mãe!”</div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Sim, mãe é ter para onde correr! É receber em um só abraço mil carinhos dados, é ser perdoada antes mesmo de entendida. Mãe é a mão estendida, o beijo na testa, o olhar que te cuida distante. Mãe é a benção, é o milagre da multiplicação. Amor de mãe não tem explicação nem substituição.</div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Agradeço a todas as mães, através da minha. Sou porta-voz de muitos filhos e tenho certeza que eles fazem minhas, suas palavras. Obrigada mãe por todos os colos, por deixar aberta a porta do quarto, obrigada pela paciência e cuidado, pelos conselhos sábios, pela luta de todo dia ir ao trabalho e, ao voltar, te encher de mais trabalho. Desculpe as faltas que tive, o nariz empinado, a revolta da juventude, o leite derramado. Hoje sei que tuas lições foram a minha maior escola. Peço que Deus te guarde sempre dentro dele, mas perto de mim.</div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Que cada dia que aqui estejas, seja nossa companhia fonte de crescimento, alegria e leveza. Tenhas a certeza de que sou infinitamente grata por me carregares sempre bem cuidada dentro de ti, seja no teu ventre, no teu abraço ou no coração. Teu amor mãe, é a minha maior proteção e não há presente nem palavras que valorem a gratidão por ser sua filha. És, sem dúvidas, minha maior fonte de inspiração.</div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; display: inline; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-top: 6px;">
A todas as mães dedico esse texto, singelo, sem frases de efeito nem palavras rebuscadas, tal qual o amor que vocês têm por seus filhos, aquele que não pede nada em troca, que de tão singelo e puro transborda os vazios que têm o coração de toda gente e que só o amor de mãe entende e preenche.</div>
Fabrinehttp://www.blogger.com/profile/15912938054765625729noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3161568198017791979.post-39715928915925322222020-06-22T20:04:00.001-07:002020-06-22T20:04:40.704-07:00Sobre Amor e Relacionamentos<br />
Refletindo sobre o dia dos namorados, concluí que para um relacionamento para dar certo deve ser baseado na confiança, verdade e, principalmente, liberdade. É aí que mora o amor. Infelizmente no mundo de hoje há um conceito geral de que amar é para os fracos e demonstrar a fraqueza é suicídio. O sentimento se tornou tabu. Não cola aquela ladainha de medo de se ferir ou ferir o outro. Acidentes de carro matam milhares de pessoas todos os anos e nunca ouvi alguém falar que usa menos seu automóvel por medo de se acidentar. Não se morre de amor.<br />
<br />
Também não estou dizendo que temos que amar desenfreadamente, mas com parcimônia, como merece serem vividas as coisas preciosas. É só seguir os sinais de advertência, igual ao semáforo. Fácil assim. Se alguém se joga de uma ponte por amor, com certeza não será por um amor não correspondido, mas por falta de amor-próprio.<br />
<br />
Claro que é preciso cuidar para não cair nas armadilhas do falso amor. Li um texto que falava: “O problema é que nós sempre confundimos a ideia de amor com apego. Sabe, nós imaginamos que o apego e o agarramento que temos em nossas relações demonstram que amamos, quando na verdade, é só apego que nos causa dor. Porque quanto mais nos agarramos, mais temos medo de perder."<br />
<br />
Acredito nisso, amor é algo ao qual se deve ser grato e não obrigado, por isso num relacionamento devemos sempre fazer a reflexão se estamos namorando ou fazendo/sendo refém de uma situação egoica de apego e dependência emocional. Se esse relacionamento tem tirado a alegria e sono ou trazido paz, pertencimento e sorrisos. É normal que o sentimento mude durante o passar de um relacionamento, nos mantendo apegados ao que "éramos" negando que, muitas vezes, um amor romântico virou uma rica amizade e o apego tomou o lugar do genuíno amor. Vivemos da sombra dos dias alegres que já foram, das promessas que fizemos, da expectativa que criamos ou geramos, dos bens que compartilhamos. Isso causa tristeza e mata os dias. Nada tem a ver com amor.<br />
<br />
Precisamos amar! Minha teoria é que o namoro ideal deve ter um triângulo onde esteja presente junto do casal o amor-próprio, divorciado da zona de conforto. O amor te respeita, não suporta. Dá ar, não sufoca. Todos merecemos dar e receber amor, o genuíno AMOR que não é alimentado por pena, culpa, medo, ciúmes, posse, aparências, nem cabe manipulações. Amor é essência, jamais aparência. O melhor termômetro é quanto o sorriso da outra pessoa faz nossa alma também sorrir e a liberdade que temos para poder tranquilamente ficar ou sair. E se for assim, se jogue, arrisque sem medo! Ame e seja amado, é para isso que fomos criados.<br />
<br />
Desejo a todos que namoram e aos enamorados por si e pela vida um lindo dia, repleto do amor simples e completo, assim como diz os lindos versos de Vinícius de Moraes:<br />
<br />
Soneto do Amor Total<br />
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Amo-te tanto, meu amor... não cante<br />
O humano coração com mais verdade…<br />
Amo-te como amigo e como amante<br />
Numa sempre diversa realidade.<br />
Amo-te afim, de um calmo amor prestante<br />
E te amo além, presente na saudade.<br />
Amo-te, enfim, com grande liberdade<br />
Dentro da eternidade e a cada instante.<br />
Amo-te como um bicho, simplesmente<br />
De um amor sem mistério e sem virtude<br />
Com um desejo maciço e permanente.<br />
E de te amar assim, muito e amiúde<br />
É que um dia em teu corpo de repente<br />
Hei de morrer de amar mais do que pude.Fabrinehttp://www.blogger.com/profile/15912938054765625729noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3161568198017791979.post-52734835054427173682020-06-22T19:57:00.001-07:002020-06-22T20:04:50.105-07:00Eu não consigo respirar<br />
<br />
O assassinato cruel do americano George Floyd me fez lembrar da execução do brasileiro Evaldo dos Santos ocorrida há cerca de um ano atrás . Fiquei novamente sem sono e sem fôlego, me faz lembrar que nem tudo na vida é poesia, mas deve ser poetizado e politizado, não romantizado. Poesia também é reisistência. Não podemos nos calar nem esquecer que nos tempos atuais, através dessas atrocidades, o homem ainda transforma as ruas das cidades em Coliseu.<br />
Eu tô cansada, triste, atônita, mas com muita força para falar. Calar agora seria covardia tão cruel quanto essas mortes e de tantas outras que acontecem o tempo todo e nem sabemos. Repito o mesmo texto, infelizmente tão atual:<br />
<br />
OITENTA TIROS<br />
<br />
Hoje a insônia me acordou às 3 da manhã. Um amigo disse que nessa hora muita gente acorda, despertadas pelos anjos, para que, em silêncio, orem pela humanidade, como uma egrégora em busca de paz e acalento. Esse mesmo amigo sempre diz que o faço lembrar da Clarice Lispector. Não no brilhantismo com as palavras, mas na visceralidade da existência.<br />
<br />
Não fiz a oração, mas resolvi rever a última entrevista da Clarice Lispector. A entrevista mais verdadeira e intensa que já assisti. Vinte e três minutos de alma exposta frente às câmeras com uma intimidade que o big brother jamais alcançou.<br />
<br />
Em determinado momento é perguntado a ela qual, dentre seus trabalhos, seria o seu ‘’filho’’ predileto, por qual teria mais carinho. Ela responde que é o conto chamado “Mineirinho”. Ele fala sobre um bandido que, por suas palavras, morreu com treze balas, quando uma só bastava. Nesse conto descreve sobre o que sente a cada tiro.<br />
Na entrevista ela diz ‘’ Eu me transformei no Mineirinho, massacrado pela polícia. Qualquer que tivesse sido o crime dele uma bala bastava, o resto era vontade de matar. Era prepotência’’.<br />
<br />
Por fim, lhe foi perguntado em que medida essa crônica poderia mudar a ordem das coisas. Ela responde que não altera em nada e que escreve sem esperança que altere qualquer coisa.<br />
<br />
Obviamente lembrei do Evaldo dos Santos Rosa e os 80 tiros que o mataram. O que diria Clarice ao saber dessa barbárie? Se com 13 ela morreu, com 80 o que lhe sobraria? Nem ladrão ele era. E mesmo que fosse, uma bala só bastava.<br />
<br />
Os oitenta tiros não mataram Clarice, ela já está morta. Morreu 10 meses após a entrevista. Aliás, na mesma entrevista, ao final, diz também estar morta em vida, o que acontecia ao fim de cada obra, que eram seus hiatos. E assim como ela, os 80 tiros fuzilaram o Brasil inteiro, estamos todos mortos.<br />
<br />
Morreu a nossa tão cansada crença na segurança, na justiça, no Estado, na leveza e alegria que deveria permear nossos dias.<br />
Como escreve a Clarice sobre Mineirinho:<br />
<br />
“Esta é a lei. Mas há alguma coisa que, se me faz ouvir o primeiro e o segundo tiro com um alívio de segurança, no terceiro me deixa alerta, no quarto desassossegada, o quinto e o sexto me cobrem de vergonha, o sétimo e o oitavo eu ouço com o coração batendo de horror, no nono e no décimo minha boca está trêmula, no décimo primeiro digo em espanto o nome de Deus, no décimo segundo chamo meu irmão. O décimo terceiro tiro me assassina — porque eu sou o outro. Porque eu quero ser o outro. Essa justiça que vela meu sono, eu a repudio, humilhada por precisar dela. Enquanto isso durmo e falsamente me salvo."<br />
<br />
Se nenhum desses oitenta tiros te atingiu, então, desculpe, mas você já está morto e não sabe. E quanto a nós, continuamos. Vivos, mas nem tanto, ainda enlutados enxugando o pranto dessa morte todos os dias anunciada. Nasci branca, classe média, letrada. Sei que não foram miradas em mim as armas, mas acertaram em cheio meu peito.<br />
<br />
A crônica foi publicada em 1978 no livro Para Não Esquecer. Hoje eu escrevo sabendo também que nada irá mudar, mas com um desejo imenso que futuramente esse episódio tão triste esteja apenas na lembrança em algum arquivo morto e não revivido nas capas dos jornais.<br />
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12. 4.2019<br />
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Fabrine Anjos de SouzaFabrinehttp://www.blogger.com/profile/15912938054765625729noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3161568198017791979.post-30532703307468658492020-06-18T07:26:00.001-07:002020-06-23T12:35:32.644-07:00Onde Habita o Artista <br />
“A ARTE faz-nos transmutar e sobretudo faz-nos ter vergonha de nós-mesmos, é uma força ética, problemática afirmadora da vida.” Acabei de ler essa frase do talentoso e premiado poeta Português Luís Serguilha, o qual tenho a honra de chamar de amigo. Ela me pôs a pensar... de fato, a arte devolve a vida que a existência tira.<br />
<br />
O Artista tem um papel profilático e ético na missão de encarar sua pior versão no espelho e não ter aversão. Seja qual for sua arte, todo Artista é um curador. Primeiro de si mesmo, depois de quem mutualisticamente toma o mesmo remédio por ele criado e solidariamente partilhado: a arte.<br />
<br />
O Artista abre gaiolas, liberta culpas, doma dragões internos, tira almas perdidas do inferno, pois, por tamanha empatia perante a imperfeição igualadora de todos os homens, entrega a cada um o direito da própria absolvição. O Artista é um alquimista que cria o elixir que tira as dores da alma e devolve um pouco de paz no cotidiano histérico que paralisa a humanidade.<br />
<br />
O Artista abre caminho nos lugares inóspitos que habitam os medos. Caminho esse solitariamente desbravado por onde onde passa um séquito de iguais angustiados em busca do sentido para a vida. Ninguém o vê passar pelos obstáculos que deixa sua pele toda lanhada. O tempo em que a maioria passa dormindo, seja no sono ou no cotidiano, o artista passa desperto se estudando<br />
<br />
O Artista é julgado de esquisito, subversivo, desencaixado. Ele, de fato, não anda na mesma estrada da manada. Aliás, sabe que nenhum homem é gado. Enquanto a maioria foge de conhecer a si mesmo o artista passa a vida a buscar fazer as pazes consigo, pois sabe que este é seu maior inimigo. E, ao encontrá-la, devolve também a de muitos, já que no o amor e na dor, todos somos iguais, sendo idêntico o caminho que cura o coração.<br />
<br />
O Artista, acima de tudo, é um empata que desata os laços que prendem o homem à sina da auto-ignorância e leva ao engodo de crer na sua insignificância. O liceu do Artista não tem cátedra, nem título honorífico mas é onde se obtém a mais alta graduação humana: pertencer a si mesmo e, em meio ao caos, ser dono da própria paz.<br />
<br />
Sou grata ao Serguilha por ter se arranhado por mim e, através da tua arte, devolvido um pouco da minha paz. Esse é o maior prêmio que, sob a minha égide, um Artista pode ter. E onde mora o Artista? Em mim e em você. Dentro de cada um de nós habita um Artista que o mundo está ávido por conhecer.Fabrinehttp://www.blogger.com/profile/15912938054765625729noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3161568198017791979.post-43819928033044612292020-03-28T18:05:00.002-07:002020-03-28T18:05:32.467-07:00COVID: Cova ou Convite?**<br />
Lembro quando vi meu primeiro cabelo branco. Já tinha 37 anos, mas foi um choque. Jamais imaginei que teria aquela reação. Sentei com o fio na mão e chorei. Na verdade nunca imaginei que fosse ter cabelos brancos. Senti pela primeira vez no corpo o sinal da minha finitude. Dramática, pensei: estou morrendo!<br />
É curioso porque começamos a morrer assim que nascemos. Sempre digo que a morte acompanha a vida e ela que lhe dá sentido. Sem a morte a vida teria outro sabor. Cada dia seria só mais um dia, talvez a existência fosse um extenuante ritual entre acordar e dormir. Fazemos planos, prazos, traçamos metas, sonhos porque sabemos da escassez do tempo.<br />
Por que estou escrevendo isso? Hoje ao escovar os dentes vi um cabelo branco. Mas dessa vez o contemplei. Ao me olhar no espelho lembrei que estamos todos sentados na beira da cama olhando para o fio de cabelo branco na mão. O COVID-19 nos levou para próximos da cova, lembramos que tem uma nos esperando. Essa proximidade com ela fez com que batesse um desespero. Ninguém quer morrer, todos se protegem.<br />
Pois bem, tenho uma boa e uma má notícia:<br />
A má é que o COVID-19 vai mostrar para muitos que eles já estão mortos e não se deram conta. Vivem sem sonhos, andam sem abrirem os olhos, comem sem saborear. Estão algemados na rotina, casados com pessoas que não existem mais. A esposa mudou e você não aceitou deixar ela ir, o filho ficou adulto mas continua dormindo no quarto do adolescente que não existe mais, o emprego é um covil que o COVID-19 te libertou. Tu não és mais o mesmo da foto da identidade. Morremos todos, ou quase. <br />
Essa prisão em que estamos não há habeas corpus que liberte. Antes não tínhamos tempo para ver o quão enclausurados estávamos em celas que nos colocamos por cada escolha que fizemos movida pelo medo, covardia ou insegurança e não tivemos coragem de mudar, seja por orgulho, seja por conveniência emocional ou financeira. Olhamos para os lados e vemos a quem estamos presos e onde é nossa prisão. <br />
Tu, se pudesses escolher um lugar e companhia para se confinar seria com quem te cerca e no lugar o qual habitas? Somos presos as nossas escolhas. Sejam as que nos trazem alegria ou não. O COVID-19 deu liberdade temporária de coisas que muitos diziam que os prendiam mas que, talvez, não suportem viver sem. <br />
A boa notícia? Você não está preso a nada e nem ninguém. Essa pandemia vai passar, a cada um só cabe se proteger e orar. Quando sair da quarentena vais perceber que única prisão que te mantém encarcerado é alma presa ao local que habita: o corpo. E a liberdade está na consciência. Seja em casa, no bar ou na beira da praia, teu corpo será sempre teu lar e a consciência tua companheira.<br />
Aproveite esse tempo precioso e único para conhecer bem tua morada, seja um bom síndico desse condomínio. Faça as pazes com a vizinhança. E se não estás satisfeito com ela, aproveite para encaixotar a mudança. Talvez o COVID-19 esteja batendo na porta para te despertar do coma profundo e devolver a completude que comporta cada respiração que a vida te presenteia .<br />
<br />
<br />Fabrinehttp://www.blogger.com/profile/15912938054765625729noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3161568198017791979.post-72788065772117718542020-01-15T03:54:00.004-08:002020-04-10T19:46:09.081-07:00As voltas que a vida dá<br />
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Em uma conversa com amigos ouvi
algo que me pôs a pensar. Um deles falou sobre as voltas da vida. Todos já
conhecemos os motes: a vida dá voltas, o fulano vive em volta do próprio
umbigo, minha cabeça está dando voltas, e por aí vai... De fato, a vida dá
voltas. Assim como a Terra, onde os ciclos são marcados pelas voltas em torno
do sol, da lua, de seu próprio eixo. Talvez caiba a analogia entre as voltas
que damos na a sociedade, na nossa família e em nós mesmos. Sim! A vida é feita
de voltas. Pensa comigo sobre seus dias. Desde que acorda até a hora de dormir,
quantas voltas você dá? Volta entre o quarto e o espelho do banheiro, volta da
casa até a padaria, ao trabalho, da sua mesa à sala do chefe, da firma até o
restaurante, do final do expediente até a academia, à escola do filho, depois
ao mercado, voltas entre a geladeira e o sofá... entre o escovar dos dentes ao
deitar na cama.<br />
<span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></div>
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A vida é feita nessas voltas que
repetimos todos os dias como um mantra. Dar bom dia ao porteiro, a moeda para o
flanelinha, esquentar a marmita... aí é que a vida habita. É esse interregno de
tempo que come os dias ou os alimenta. Isso é você quem deve saber. Como fala a
linda música “contigo’’ do Joaquim Sabina... yo no quiero comerme una manzana
dos veces por semana sin ganas de comer. Não engulo mais nada que não quero.
Posso não gostar de algo e comer pois aceito a necessidade e passo a gostar.
Por isso todo dia no café tomo suco verde. A vida é reiterar, é depurar o
paladar. Há voltas chatas que é preciso sempre percorrer. Um casamento onde ainda
há amor, deve voltar, mas tirar a erva daninha do caminho e fazer uma nova
plantação. A academia é um saco, mas você pode pedalar ou aprender a nadar. O
emprego é uma prisão, mas lembra que nas suas leis não há pena perpétua. Há
voltas que devemos mudar. <o:p></o:p></div>
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Você detesta o trabalho, mas
sempre volta. Odeia academia, mas três vezes por semana está lá. O casamento
está uma guerra, mas você se deita com quem tem o outro par da aliança e muitas
vezes diz que é por causa das crianças...<span style="mso-spacerun: yes;">
</span>Seu corpo se nutre do que você escolhe pegar no mercado entre a
prateleira e o caixa e no abrir e fechar da geladeira. Na zona de conforto
moram muitas voltas que são ciclos viciosos e, na vã tentativa fugir, nos
embriagamos numa inconsciente sabotagem. Uns passam horas em frente à TV,
outros comem até se empanturrar. É trabalhar sem parar, cuidar dos filhos sem
se cuidar, todo dia passar no bar, malhar, malhar, malhar, é também se isolar
ou nunca se envolver... os excessos são tentativas de fugas de algum lugar que
não queremos voltar. Porém, a prisão sempre nos acompanha, ela está na mente e
o cadeado da cela está aberto, mas é difícil enxergar. Muitos têm medo de sair
do lugar.<o:p></o:p></div>
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O <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>milagre da vida acontece na saída pela
tangente. É impulso, não frear nem encurvar. É fazer um novo caminho arrancando
à força a cerca que te prende e deixa sua existência nanica como um bonsai. Ninguém
é um hamster fadado a passar a vida na gaiola, gastando energia naquela rodinha
infame. <span style="mso-spacerun: yes;"> Vivemos acorrentados, p</span>orém, a prisão
está na mente e o cadeado da cela está aberto. A vida é caminho entre o alvo e
a seta, você só precisa decidir onde quer chegar. Te digo com toda propriedade,
essa resposta está no curto trajeto entre o espelho e o seu olhar. Mire nesse
alvo e saia da curva. Tome
coragem chame a vida para dançar. Há quantos anos você não dá uma cambalhota na
cama antes de deitar?<o:p></o:p></div>
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Obs.: Como tema de casa, para
quem gostou do texto, recomendo fortemente que escutem a música “Quem me leva
meus fantasmas” do poeta português Pedro Abrunhosa na voz da Betânia. Foi a
trilha sonora para escrever essa crônica. <o:p></o:p></div>
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<br />Fabrinehttp://www.blogger.com/profile/15912938054765625729noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3161568198017791979.post-59738762712590612982019-04-22T22:48:00.002-07:002021-04-19T14:18:40.376-07:00Dia de Índio Hoje é o dia do índio. Data controvertida pois, eu e muitos, achamos que não deve ter uma data para comemorar a existência do índio. Creio que seja um dia para refletir sobre a cultura indígena, sobre o que fizemos com eles, sobre onde estão eles no nosso País.<br />
Curiosamente estou lendo o livro Emprega-dor: a participação da classe dominante na construção do Direito do Trabalho no Brasil - uma história forjada com alienação, estranhamento e ideologia, do amigo Almiro Eduardo de Almeida que analisa, entre outras coisas, a história das relações do trabalho no país.<br />
Me deparei com uma parte em que ele fala sobre a inclusão do índio como "trabalhador" na fase primitiva da economia brasileira.<br />
De fato, ali havia muito trabalha-dor. A dor do abuso, do roubo, da exploração, do egoísmo, da ganância, da expulsão e da dominação.<br />
Ele cita uma frase de um vice rei do México que costumava dizer que "não havia melhor remédio que o trabalho nas minas para curar a maldade natural dos índios".<br />
Já no Paraguai, uma pesquisa apontou que a cada 10 paraguaios, oito acreditavam que os índios eram como animais, sendo que a maioria dos latinos tem sangue indígena. Eu já sabia, pois minha avó paterna era indígena.<br />
Em um exame genético feito pelo meu irmão em uma pesquisa na UFRGS, mostrou que temos 17% dessa linda linhagem no sangue. Na verdade, todo brasileiro é indio, se não no sangue, na cultura a qual fomos forjados.<br />
No Brasil sabemos do escambo, como foram explorados e enganados os verdadeiros donos dessa Terra. Como diz a música da Baby Consuelo:<br />
<br />
Antes que os homens aqui pisassem nas ricas e férteis<br />
Terraes Brasilis<br />
Que eram povoadas e amadas por milhões de índios<br />
Reais donos felizes da terra do pau Brazil<br />
Pois todo dia e toda hora era dia de índio<br />
Mas agora eles tem só um dia<br />
Um dia dezenove de abril<br />
Amantes da pureza e da natureza<br />
Eles são de verdade incapazes<br />
De maltratarem as fêmeas<br />
Ou de poluir o rio, o céu e o mar<br />
Protegendo o equilíbrio ecológico<br />
Da terra, fauna e flora pois na sua historia<br />
O índio é exemplo mais puro<br />
Mais perfeito mais belo<br />
Junto da harmonia da fraternidade<br />
E da alegria, da alegria de viver<br />
Da alegria de amar<br />
Mas no entanto agora<br />
O seu canto de guerra<br />
É um choro de uma raça inocente<br />
Que já foi muito contente.<br />
<br />
Pra mim, hoje não é dia de pintar a cara e tirar foto usando cocar. Hoje é dia de parar para pensar, silenciar, aprender a respeitar, ver o que podemos fazer para mudar essa imagem tão caricata, tratada na maioria das vezes de forma burlesca e desrespeitosa.<br />
Precisamos erradicar as injustiças e preconceitos. Precisamos, definitivamente, sair do discurso e fazer com que todos os dias sejam de índio!<br />
<br />
... e de homem, de mulher, de negros, de brancos, de pardos, de pobre, de rico, de deficiente, de homossexual, de idoso e de criança...<br />
<br />
Todo dia tem que ser dia de gente, todas elas.Fabrinehttp://www.blogger.com/profile/15912938054765625729noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-3161568198017791979.post-87508430430998623892019-04-12T03:37:00.000-07:002019-04-12T06:34:45.829-07:00Oitenta Tiros<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 8pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "bookman old style" , "serif"; font-size: 12pt; line-height: 107%;">Hoje a insônia me
acordou às 3 da manhã. Um amigo disse que nessa hora muita gente acorda,
despertadas pelos anjos, para que, em silêncio, orem pela humanidade, como uma
egrégora em busca de paz e acalento. Esse mesmo amigo sempre diz que o faço
lembrar da Clarice Lispector. Não no brilhantismo com as palavras, mas na
visceralidade da existência.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 8pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "bookman old style" , "serif"; font-size: 12pt; line-height: 107%;">Não fiz a oração, mas
resolvi rever a última entrevista da Clarice Lispector. A entrevista mais
verdadeira e intensa que já assisti. Vinte e três minutos de alma exposta frente às
câmeras com uma intimidade que o <i style="mso-bidi-font-style: normal;">big
brother</i> jamais alcançou.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 8pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "bookman old style" , "serif"; font-size: 12pt; line-height: 107%;">Em determinado
momento é perguntado a ela qual, dentre seus trabalhos, seria o seu ‘’filho’’
predileto, por qual teria mais carinho. Ela responde que é o conto chamado “Mineirinho”.
Ele fala sobre um bandido que, por suas palavras, morreu com treze balas, quando
uma só bastava. Nesse conto descreve sobre o que sente a cada tiro. <o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 8pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "bookman old style" , "serif"; font-size: 12pt; line-height: 107%;">Na entrevista ela diz
‘’ Eu me transformei no Mineirinho, massacrado pela polícia. Qualquer que
tivesse sido o crime dele uma bala bastava, o resto era vontade de matar. Era
prepotência’’.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 8pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "bookman old style" , "serif"; font-size: 12pt; line-height: 107%;">Por fim, lhe foi
perguntado em que medida essa crônica poderia mudar a ordem das coisas. Ela responde
que não altera em nada e que escreve sem esperança que altere qualquer coisa.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 8pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "bookman old style" , "serif"; font-size: 12pt; line-height: 107%;">Obviamente lembrei do
Evaldo dos Santos Rosa e os 80 tiros que o mataram. O que diria Clarice ao saber
dessa barbárie</span><span lang="PT" style="font-family: "bookman old style" , "serif"; font-size: 12pt; line-height: 107%;">? Se com 13 ela morreu, com 80 o que lhe sobraria? Nem ladrão ele era. E
mesmo que fosse, uma bala só bastava. <o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 8pt; text-align: justify;">
<span lang="PT" style="font-family: "bookman old style" , "serif"; font-size: 12pt; line-height: 107%;">Os oitenta tiros não mataram Clarice, ela já está
morta. Morreu 10 meses após a entrevista. Aliás, na mesma entrevista, ao final,
diz também estar morta em vida, o que acontecia ao fim de cada obra, que
eram seus hiatos. E assim como ela, os 80 tiros fuzilaram o Brasil inteiro, estamos
todos mortos. <o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 8pt; text-align: justify;">
<span lang="PT" style="font-family: "bookman old style" , "serif"; font-size: 12pt; line-height: 107%;">Morreu a nossa tão cansada crença na segurança, na
justiça, no Estado, na leveza e alegria<span style="mso-spacerun: yes;">
</span>que deveria permear nossos dias. <o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 8pt; text-align: justify;">
<span lang="PT" style="font-family: "bookman old style" , "serif"; font-size: 12pt; line-height: 107%;">Como escreve a Clarice sobre Mineirinho:<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div style="background: white;">
<i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-family: "bookman old style" , "serif"; font-size: 12pt;">Esta é a lei.
Mas há alguma coisa que, se me faz ouvir o primeiro e o segundo tiro com um
alívio de segurança, no terceiro me deixa alerta, no quarto desassossegada, o
quinto e o sexto me cobrem de vergonha, o sétimo e o oitavo eu ouço com o
coração batendo de horror, no nono e no décimo minha boca está trêmula, no
décimo primeiro digo em espanto o nome de Deus, no décimo segundo chamo meu
irmão. O décimo terceiro tiro me assassina — porque eu sou o outro. Porque eu
quero ser o outro.<o:p></o:p></span></i></div>
<br />
<div style="background: white;">
<i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-family: "bookman old style" , "serif"; font-size: 12pt;">Essa justiça
que vela meu sono, eu a repudio, humilhada por precisar dela. Enquanto isso
durmo e falsamente me salvo. </span></i><span style="font-family: "bookman old style" , "serif"; font-size: 12pt;"><o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 8pt; text-align: justify;">
</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 8pt; text-align: justify;">
<span lang="PT" style="font-family: "bookman old style" , "serif"; font-size: 12pt; line-height: 107%;">Se nenhum desses oitenta tiros te atingiu, então,
desculpe, mas você já está morto e não sabe. E quanto a nós, continuamos.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Vivos, mas nem tanto, ainda enlutados
enxugando o pranto dessa morte todos os dias anunciada. Nasci branca, classe
média, letrada. Sei que não foram miradas em mim as armas, mas acertaram em
cheio meu peito.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 8pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "bookman old style" , "serif"; font-size: 12pt; line-height: 107%;">A crônica foi
publicada em 1978 no livro Para Não Esquecer. Hoje eu escrevo sabendo também
que nada irá mudar, mas com um desejo imenso que futuramente esse episódio tão
triste esteja apenas na lembrança em algum arquivo morto e não revivido nas
capas dos jornais.<o:p></o:p></span></div>
Fabrinehttp://www.blogger.com/profile/15912938054765625729noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-3161568198017791979.post-49223630048898971612018-09-09T11:47:00.001-07:002020-06-28T16:17:08.073-07:00De cujus de mim mesma<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQS9ggGyHDoP3zqyiirU1pP_SjN8mBfY90XcGtEQPGHS4mMSOOGEUj9XTABzR1eK3Hs8vp0POXCwYPNbhyphenhyphenaYXNlrJy4RjzF0YkRGccvjV6usM7LZroXSUQ0Lj3vuoAdnoKKRiX9u-HQL76/s1600/FB_IMG_1592691153297.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="430" data-original-width="720" height="191" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQS9ggGyHDoP3zqyiirU1pP_SjN8mBfY90XcGtEQPGHS4mMSOOGEUj9XTABzR1eK3Hs8vp0POXCwYPNbhyphenhyphenaYXNlrJy4RjzF0YkRGccvjV6usM7LZroXSUQ0Lj3vuoAdnoKKRiX9u-HQL76/s320/FB_IMG_1592691153297.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<div style="line-height: 150%; margin: 0px; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: "arial, helvetica, sans-serif"; margin: 0px;"><br /></span></span></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0px; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
* * *</div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0px; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: "arial, helvetica, sans-serif"; margin: 0px;"><br /></span></span></div>
<div style="line-height: 150%; margin: 0px; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: "arial, helvetica, sans-serif"; margin: 0px;">Nem todo suicídio é um execrável ato, muitas vezes </span><span style="font-family: "arial, helvetica, sans-serif"; margin: 0px;">é uma ação de
coragem</span><span style="font-family: "arial, helvetica, sans-serif"; margin: 0px;">. Processo doloroso onde o </span><span style="font-family: "arial, helvetica, sans-serif"; margin: 0px;">auto julgamento</span><span style="font-family: "arial, helvetica, sans-serif"; margin: 0px;"> leva por punição </span><span style="font-family: "arial, helvetica, sans-serif"; margin: 0px;">a pena</span><span style="font-family: "arial, helvetica, sans-serif"; margin: 0px;"> de morte, sendo uma só pessoa a criminosa, a julgadora, defesa,
o júri e seu carrasco executor da pena.</span></span></div>
<span style="color: black;"><br /></span>
<br />
<div style="line-height: 150%; margin: 0px; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: "arial, helvetica, sans-serif"; margin: 0px;">E sabe o que é mais curioso disso tudo</span><span style="font-family: "arial, helvetica, sans-serif"; margin: 0px;">?</span><span style="font-family: "arial, helvetica, sans-serif"; margin: 0px;"> </span><span style="font-family: "arial, helvetica, sans-serif"; margin: 0px;">Há </span><span style="font-family: "arial, helvetica, sans-serif"; margin: 0px;">uma
infinidade de pessoas habitando a Terra que estão mortas sem coragem de cometer
o </span><i><span style="font-family: "arial, helvetica, sans-serif"; margin: 0px;">haraquiri</span></i><span style="font-family: "arial, helvetica, sans-serif"; margin: 0px;">.</span></span></div>
<span style="color: black;"><br /></span>
<br />
<div style="line-height: 150%; margin: 0px; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: "arial, helvetica, sans-serif"; margin: 0px;">Óbvio que não falo da morte física, mas da maior de todas as
mortes:</span><span style="font-family: "arial, helvetica, sans-serif"; margin: 0px;"> a da alma. </span><span style="font-family: "arial, helvetica, sans-serif"; margin: 0px;">Mas como poucos prestam atenção em sua existência, as pessoas
andam por aí com corpos enxutos carregando um cadáver dentro, concomitante com
a nova essência que briga por um lugar nesse </span><span style="font-family: "arial, helvetica, sans-serif"; margin: 0px;">“latifúndio”.</span><span style="font-family: "arial, helvetica, sans-serif"; margin: 0px;"> A nova
essência tenta expulsar esse corpo estranho, inerte putrefato.</span></span></div>
<span style="color: black;"><br /></span>
<br />
<div style="line-height: 150%; margin: 0px; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "arial, helvetica, sans-serif"; margin: 0px;"><span style="color: black;">Esse conflito, essa catarse faz com que muitas vezes tenhamos
atitudes esquisitas, incompatíveis com nosso cerne. Tantas pessoas
irreconhecíveis fazendo uma espécie de exocitose, se deformando para expurgar
esse corpo estranho.</span></span></div>
<span style="color: black;"><br /></span>
<br />
<div style="line-height: 150%; margin: 0px; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: "arial, helvetica, sans-serif"; margin: 0px;"><span style="color: black;">Confesso que me vi assim, me olhando no espelho e não
reconhecendo o reflexo, nem algumas atitudes. Olhava para os lados e não
reconhecia ninguém. Amigos não eram mais amigos, afinidades não existiam mais
entre tantos que antes eram de grande enlace. Atividades, valores, lugares,
gostos, roupas, quadros, músicas. Parei tudo. Fui ver onde estava me perdendo.
Yoga, reiki, meditação, conversas, gritos, silêncios. Parei tudo. Uma grande
briga se travou dentro de mim. Uma faxina geral, uma reforma estrutural,
processo de retirar aquele defunto que me habitava. E lidar com o luto e desapego
de ser grata e deixar ir o que já não mais sou.</span></span></div>
<span style="color: black;"><br /></span>
<br />
<div style="line-height: 150%; margin: 0px; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: "arial, helvetica, sans-serif"; margin: 0px;">Percebi a bagunça que faz ser surdo da própria existência. As
mudanças aconteceram </span><span style="font-family: "arial, helvetica, sans-serif"; margin: 0px;">paulatinamente,</span><span style="font-family: "arial, helvetica, sans-serif"; margin: 0px;"> a pobre alma tentou avisar que estava mudando</span><span style="font-family: "arial, helvetica, sans-serif"; margin: 0px;">, </span><span style="font-family: "arial, helvetica, sans-serif"; margin: 0px;">mas eu
continuava certa das verdades que construí desde criança, achando que era dona
de mim. Ma</span><span style="font-family: "arial, helvetica, sans-serif"; margin: 0px;">s,</span><span style="font-family: "arial, helvetica, sans-serif"; margin: 0px;"> não vi que esse “eu” era o ego surdo, tendencioso e mentiroso
que deixei reinar por muito tempo sem dar um limite. Acabou crescendo igual
criança mimada, ignorante e raso por essência. Arrogante e prepotente que não
pede ajuda, nem conselho, que sai por aí igual </span><span style="font-family: "arial, helvetica, sans-serif"; margin: 0px;">“cavalo xucro” </span><span style="font-family: "arial, helvetica, sans-serif"; margin: 0px;">dando </span><span style="font-family: "arial, helvetica, sans-serif"; margin: 0px;">“coice” </span><span style="font-family: "arial, helvetica, sans-serif"; margin: 0px;">e se
machucando. </span><span style="font-family: "arial, helvetica, sans-serif"; margin: 0px;">Pior: </span><span style="font-family: "arial, helvetica, sans-serif"; margin: 0px;">machucando pessoas no caminho. E o mais curioso, percebi que
desse rebanho que fiz parte por uns bons meses, tem muita gente que conheço e
ele só aumenta.</span></span></div>
<span style="color: black;"><br /></span>
<br />
<div style="line-height: 150%; margin: 0px; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: "arial, helvetica, sans-serif"; margin: 0px;">Creio que essa epidemia de suicídios e depressão são oriundas
desta mesma </span><span style="font-family: "arial, helvetica, sans-serif"; margin: 0px;">matriz.</span><span style="font-family: "arial, helvetica, sans-serif"; margin: 0px;"> Ouça você mesmo, mude de religião, vire vegetariana, deixe de
ser vegetariana, vire ateu, seja lá o que for, aceite escute e aceite o que sua
alma </span><span style="font-family: "arial, helvetica, sans-serif"; margin: 0px;">“fala”.</span></span><span style="font-family: "arial, helvetica, sans-serif"; margin: 0px;"></span></div>
<span style="color: black;"><br /></span>
<br />
<div style="line-height: 150%; margin: 0px; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: "arial, helvetica, sans-serif"; margin: 0px;">Muitos por vergonha, outros tantos por ignorância ou extremo
apego andam por aí sendo </span><span style="font-family: "arial, helvetica, sans-serif"; margin: 0px;">“múmias”</span><span style="font-family: "arial, helvetica, sans-serif"; margin: 0px;"> de si mesmos. O mais curioso é que todos em volta percebem que
vivemos como avatares. Creio que meu maior erro foi, pior do que não me ouvir,
foi escutar os outros. Todos cheios de opiniões e julgamentos sem de verdade se
preocuparem em fazer com que eu me escutasse. Não é de hoje que dizem que o erro
é uma escola, mas eu diria que os momentos de queda são como máquina de lavar: </span><span style="font-family: "arial, helvetica, sans-serif"; margin: 0px;">sacode</span><span style="font-family: "arial, helvetica, sans-serif"; margin: 0px;"> tudo, lava,
tira a sujeira, te limpa e te devolve todo amassado, mas leve e perfumado. Tira
os falsos amigos, </span><span style="font-family: "arial, helvetica, sans-serif"; margin: 0px;">perdoa-te </span><span style="font-family: "arial, helvetica, sans-serif"; margin: 0px;">os erros, organiza os pensamentos, </span><span style="font-family: "arial, helvetica, sans-serif"; margin: 0px;">devolve-te </span><span style="font-family: "arial, helvetica, sans-serif"; margin: 0px;">novinho para
novas lições, para se sujar de novo e começar o novo ano letivo nessa escola
sem fim.</span></span></div>
<span style="color: black;"><br /></span>
<br />
<div style="line-height: 150%; margin: 0px; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: "arial, helvetica, sans-serif"; margin: 0px;">Só sei que consegui enterrar meu cadáver com honras e pompas,
eternamente grata pelo que fui e feliz com a criança serelepe que está
crescendo em mim. Nada de dramas ou ressaca moral. Tenho pedidos de perdão para
quem magoei, devo, principalmente desculpa</span><span style="font-family: "arial, helvetica, sans-serif"; margin: 0px;">s à </span><span style="font-family: "arial, helvetica, sans-serif"; margin: 0px;">minha jovem nova alma que por meses deixei dormir no relento. </span><span style="font-family: "arial, helvetica, sans-serif"; margin: 0px;">Mas, </span><span style="font-family: "arial, helvetica, sans-serif"; margin: 0px;">agora está
tudo certo, ela está aqui dentro de mim protegida e bem alimentada e sapeca
pulando poças</span><span style="font-family: "arial, helvetica, sans-serif"; margin: 0px;">, </span><span style="font-family: "arial, helvetica, sans-serif"; margin: 0px;">descalça.</span></span></div>
<span style="color: black;"><br /></span>
<br />
<div style="line-height: 150%; margin: 0px; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: "arial, helvetica, sans-serif"; margin: 0px;">Quanto </span><span style="font-family: "arial, helvetica, sans-serif"; margin: 0px;">a </span><span style="font-family: "arial, helvetica, sans-serif"; margin: 0px;">você, vasculhe seu terreno e veja se não tem nenhuma parte morta
que anda “</span><span style="font-family: "arial, helvetica, sans-serif"; margin: 0px;">fedendo”</span><span style="font-family: "arial, helvetica, sans-serif"; margin: 0px;"> por aí. Enterre, torne-a adubo e vai cultivar teus novos
sonhos. Da mesma forma como tirar cutícula, cortar unhas, cabelos, a alma também carrega
uma parte morta. Assim como erva daninha, deve ser podada. Não seja um cadáver
ambulante, não seja um blefe. Na verdade é libertador e muito fortalecedor ser
eu de cujus de mim mesma.</span></span><br />
<br /></div>
<br />
<div style="line-height: 150%; margin: 0px; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<br /></div>
<div style="mso-element: comment-list;">
<div style="mso-element: comment;">
<div id="_com_1" language="JavaScript" style="margin: 0px;">
</div>
</div>
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<b></b><i></i><u></u><sub></sub><sup></sup><strike></strike><span style="color: black;"></span>Fabrinehttp://www.blogger.com/profile/15912938054765625729noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-3161568198017791979.post-63607215359463221302018-04-26T16:36:00.000-07:002018-04-26T18:04:09.801-07:00Não é o espelho, é você!<br />
<div style="margin: 0px 0px 10.66px;">
<span style="font-family: "calibri";">**</span></div>
<div style="margin: 0px 0px 10.66px;">
<span style="font-family: "calibri";"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJjLY1i0H0YDs_L5qiTKd5loWdb2CjdM9xU8iGXArJ28kewz_zYe2-zN40lSaA-ZQUKXWER2q6q2NO-Uk093X4mR1IMbSVkcK5rU_lZ9I3xv2r_nKtWzSgEkswTdL5c4O1aKK-15MQzlZy/s1600/578108_10150728796670897_337788568_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="color: black; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="720" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJjLY1i0H0YDs_L5qiTKd5loWdb2CjdM9xU8iGXArJ28kewz_zYe2-zN40lSaA-ZQUKXWER2q6q2NO-Uk093X4mR1IMbSVkcK5rU_lZ9I3xv2r_nKtWzSgEkswTdL5c4O1aKK-15MQzlZy/s320/578108_10150728796670897_337788568_n.jpg" width="240" /></span></a></div>
<h2 style="margin: 0px 0px 10.66px;">
<span style="font-family: "calibri";"><span style="color: black;"></span></span><br />
<br />
</h2>
<h2 style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;">
**</h2>
<h2 style="margin: 0px 0px 10.66px;">
O Mal do Século</h2>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;">
<span style="font-family: "calibri";">
<br />
</span><br />
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;">
<br />
<div style="line-height: 150%; margin: 0px;">
<span style="font-family: "arial narrow" , "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%; margin: 0px;">O
Mal do Século não é a pobreza, intolerância ou o capitalismo</span></div>
<br />
<div style="line-height: 150%; margin: 0px;">
<span style="font-family: "arial narrow" , "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%; margin: 0px;">O
Mal do Século é a autocomiseração</span></div>
<br />
<div style="line-height: 150%; margin: 0px;">
<span style="font-family: "arial narrow" , "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%; margin: 0px;">São
pessoas perderem uma vida inteira sentindo pena de si mesmos e pondo a culpa de
suas más escolhas nos outros </span></div>
<br />
<div style="line-height: 150%; margin: 0px;">
<span style="font-family: "arial narrow" , "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%; margin: 0px;">O
Mal do Século é a auto-indulgência, onde ninguém não se culpa por ser
estupida, racista, sexista ou maniqueísta</span></div>
<br />
<div style="line-height: 150%; margin: 0px;">
<span style="font-family: "arial narrow" , "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%; margin: 0px;"> O
Mal do Século não é o ego é o ególotra</span></div>
<br />
<div style="line-height: 150%; margin: 0px;">
<span style="font-family: "arial narrow" , "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%; margin: 0px;">O
Mal do Século não é o dinheiro nem a falta dele, é o desperdício</span></div>
<br />
<div style="line-height: 150%; margin: 0px;">
<span style="font-family: "arial narrow" , "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%; margin: 0px;">O
Mal do Século não a TV, é mídia sendo usada para gerar ignorância</span></div>
<br />
<div style="line-height: 150%; margin: 0px;">
<span style="font-family: "arial narrow" , "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%; margin: 0px;">O
Mal do Século não é a guerra, é o ódio</span></div>
<br />
<div style="line-height: 150%; margin: 0px;">
<span style="font-family: "arial narrow" , "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%; margin: 0px;">O
Mal do século não é a peste, é o pesticida</span></div>
<br />
<div style="line-height: 150%; margin: 0px;">
<span style="font-family: "arial narrow" , "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%; margin: 0px;">O
Mal do Século não é o narcisismo, é não se olhar no espelho</span></div>
<br />
<div style="line-height: 150%; margin: 0px;">
<span style="font-family: "arial narrow" , "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%; margin: 0px;">O
Mal do Século é o mundo, são os mundanos </span></div>
<br />
<div style="line-height: 150%; margin: 0px;">
<span style="font-family: "arial narrow" , "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%; margin: 0px;">O
Mal do Século não são eles....</span></div>
<br />
<div style="line-height: 150%; margin: 0px;">
<span style="font-family: "arial narrow" , "sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%; margin: 0px;">O
Mal do Século somos nós.</span></div>
<br />
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;">
<br /></div>
<br />
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; margin: 0px 0px 10.66px; orphans: 2; word-spacing: 0px;">
<br /></div>
<br />
<div style="margin: 0px 0px 10.66px;">
<br /></div>
<br />
<div style="margin: 0px 0px 10.66px;">
<br /></div>
<br />
<div style="margin: 0px 0px 10.66px;">
<br /></div>
<br />
<div style="margin: 0px 0px 10.66px;">
<br /></div>
<br />
<div style="margin: 0px 0px 10.66px;">
<br /></div>
<br />
<div style="margin: 0px 0px 10.66px;">
<br /></div>
<br />
<div style="margin: 0px 0px 10.66px;">
<br /></div>
<br />
<div style="margin: 0px 0px 10.66px;">
<br /></div>
<br />
<div style="margin: 0px 0px 10.66px;">
<br /></div>
<span style="font-family: "calibri";"><b></b><i></i><u></u><sub></sub><sup></sup><strike></strike><br /></span></div>
</div>
Fabrinehttp://www.blogger.com/profile/15912938054765625729noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3161568198017791979.post-22694628774239600702018-01-09T17:27:00.003-08:002018-01-09T19:37:22.291-08:00Aurora Tropical<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhNboTZPxmOe6N05I4ozcplf0AFvOBviFnffp19B0ShZM5LX9drxqBl9pPIigwtp7nchuf4dT5ONSfBqh0CHc9am1QsoxoJLRa5t-YKzpcXu17XWhGJ6WId46pbexUdE1XQ7qclJsK3lpVy/s1600/essa.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1024" data-original-width="682" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhNboTZPxmOe6N05I4ozcplf0AFvOBviFnffp19B0ShZM5LX9drxqBl9pPIigwtp7nchuf4dT5ONSfBqh0CHc9am1QsoxoJLRa5t-YKzpcXu17XWhGJ6WId46pbexUdE1XQ7qclJsK3lpVy/s320/essa.jpg" width="213" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />
<br />
****<br />
<br />
<br />
<br />
Dizem que nos extremos o sol não brilha e a noite se faz perene<br />
No Polo Sul e Norte eles têm pouca sorte<br />
De ver o sol raiar, a tempestade passar e flores em cada canto brotar<br />
<br />
Ver o sol de só de passagem no descanso da tela do computador não serve pra mim.<br />
Não nasci para expectador.<br />
<br />
Nasci para ser Deusa, dona dos ventos, luz e trevas, disjuntor da minha própria existência<br />
Crio breus, noites escuras na alma, becos sem saídas. Crio paz, luz e amor, tormentas e tormentosos prazeres.<br />
<br />
Gosto de brincar de nascer, matar e recriar. Nasci pra ser deus. Nasci para me mandar.<br />
Para me auto pontuar.<br />
<br />
Nasci para me queimar, julgar, condenar e perdoar. Nasci para me indultar.<br />
Para me deportar e repatriar, nasci para me governar. Pra me benzer e excomungar. Nasci para me matar, gerar, parir e nutrir.<br />
<br />
Nasci para ressurgir.<br />
<br />
Nasci assim, para me descrever. Para ser estranha a quase todos e lugar comum para todos que conquistaram e dominaram o vasto horizonte que habita em mim.<br />
<br />
<a name='more'></a>Companhias para comigo observar a deslumbrante aurora boreal que tem aqui, tropicalmente no meu quintal.<br />
<div>
<br /></div>
<div>
<br /></div>
<div>
****</div>
Fabrinehttp://www.blogger.com/profile/15912938054765625729noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3161568198017791979.post-46048533652759410012017-06-19T07:08:00.003-07:002020-09-15T18:41:45.640-07:00Quando Eu Tinha Dezesseis<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEheGdtJgEPCm_9SUwXKut7hrx_hc8BFF7E1h9ka9cTN84qm3MmHloEuGbiRLLA5bUrHegTo-WYdf5Esdm0rqEL-7b0Q8dr1OJ3OAMBb8312qruzOGUnXIGGAT5Di6LS7vexX1ITeQFDm1_F/s1600/13165829_10153681255995897_9122213450622532774_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="728" data-original-width="719" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEheGdtJgEPCm_9SUwXKut7hrx_hc8BFF7E1h9ka9cTN84qm3MmHloEuGbiRLLA5bUrHegTo-WYdf5Esdm0rqEL-7b0Q8dr1OJ3OAMBb8312qruzOGUnXIGGAT5Di6LS7vexX1ITeQFDm1_F/s320/13165829_10153681255995897_9122213450622532774_n.jpg" width="316" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br />
**<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Quando eu
tinha dezesseis anos achava que a vida era infinita, talvez pelo medo da morte.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Hoje, com
trinta e seis, tenho certeza de que ela é. Mas meu corpo não e que a morte é só
uma ficção e espero por ela, mas que venha em tempo, por hora, distante.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br />
<!--[if !supportLineBreakNewLine]--><br />
<!--[endif]--><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Quando eu
tinha dezesseis não tinha nostalgia.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Agora com
trinta e seis, aprendi que nostalgia é o bem querer do passado repisado.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br />
<!--[if !supportLineBreakNewLine]--><br />
<!--[endif]--><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Quando eu
tinha dezesseis, amava Fito Paez.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Agora com
trinta e seis, também.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br />
<!--[if !supportLineBreakNewLine]--><br />
<!--[endif]--><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Quando eu
tinha dezesseis, achava que meus pais eram imortais.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Hoje com
trinta e seis, um pai com AVC e mãe que superou dois cânceres e uma trombose,
sugo o sumo de suas efêmeras existências terrestres.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br />
<!--[if !supportLineBreakNewLine]--><br />
<!--[endif]--><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Quando eu
tinha dezesseis achava que odiava beterraba.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Hoje, com
trinta e seis, amo o gosto doce desse tubérculo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br />
<!--[if !supportLineBreakNewLine]--><br />
<!--[endif]--><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Quando eu
tinha dezesseis lia Paulo Coelho e sonhava em fazer o Caminho de Santiago.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Hoje com
trinta e seis, depois de ler Kafka, Sartre, Pessoa, Oscar Wilde , Clarice Nietzsche, e
Bukowski ainda sonho em fazer o Caminho de Santiago.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br />
<!--[if !supportLineBreakNewLine]--><br />
<!--[endif]--><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Quando eu
tinha dezesseis não tinha rugas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Agora com
trinta e seis, desfilo orgulhosamente pelas ruas com meu bigode chinês.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br />
<!--[if !supportLineBreakNewLine]--><br />
<!--[endif]--><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Quando eu
tinha dezesseis fazia o que desse na telha.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Agora com
trinta e seis, também.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br />
<!--[if !supportLineBreakNewLine]--><br />
<!--[endif]--><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Quando eu
tinha dezesseis, sonhava em ser presa numa solitária com um violão onde tocaria
lindas canções do Legião.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Hoje com
trinta e seis, depois de tentar aprender, descobri que tocar violão exige
dedicação, destreza e talento que não tenho e também que o sonho da solitária é
igual ao dos idiotas que vêem poesia na ditadura, além de achar o Legião o
suprassumo da depressão.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br />
<!--[if !supportLineBreakNewLine]--><br />
<!--[endif]--><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Quando eu
tinha dezesseis pensava que não gostar de algo sobre alguém me faria sua
inimiga.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Agora, com
trinta e seis, posso achar Legião Urbana depressivo e amar a música Metal
Contra as Nuvens e outras tantas mas, ainda assim, não querer ouvir quando
acordo num dia de sol.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br />
<!--[if !supportLineBreakNewLine]--><br />
<!--[endif]--><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Quando eu
tinha dezesseis achava que o amor era fruto de uma geração espontânea.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Hoje, com
trinta e seis e um coração retalhado, sei que ele é fruto de uma construção
paulatina,não raro, de algumas vidas...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br />
<!--[if !supportLineBreakNewLine]--><br />
<!--[endif]--><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Quando eu
tinha dezesseis, sonhava em casar e ter filhos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Agora com
trinta e seis também, mas já cogito congelar meus óvulos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br />
<!--[if !supportLineBreakNewLine]--><br />
<!--[endif]--><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Quando eu
tinha dezesseis, mudava a cor do cabelo conforme meu estado de espírito,<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Hoje, com
trinta e seis, também.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br />
<!--[if !supportLineBreakNewLine]--><br />
<!--[endif]--><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Quando eu
tinha dezesseis achava minha irmã uma chata e démodé.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Hoje, com
trinta e seis, ela é minha melhor amiga.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br />
<!--[if !supportLineBreakNewLine]--><br />
<!--[endif]--><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Quando eu
tinha dezesseis, era maniqueísta. Entusiasta dos rasos extremos da vida.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Hoje, com
trinta e seis e dez anos de advocacia familiar, sou mediadora, partidária do
caminho do meio.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br />
<!--[if !supportLineBreakNewLine]--><br />
<!--[endif]--><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Quando eu
tinha dezesseis fazia terapia.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Hoje com
trinta e seis, também.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br />
<!--[if !supportLineBreakNewLine]--><br />
<!--[endif]--><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Quando eu
tinha dezesseis achava que as borboletas e a fênix me representavam.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Agora, com
trinta e seis, também.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br />
<!--[if !supportLineBreakNewLine]--><br />
<!--[endif]--><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Quando eu
tinha dezesseis achava que ser caçula me fazia ser a eterna criança da família,<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Hoje, com
trinta e seis, sei que serei a eterna menina sapeca da família, mas que o meu
irmão mais velho, extremamente exigente e crítico, vai me chamar para ser
a sua advogada (e pagar os honorários, mesmo que eu não queira).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br />
<!--[if !supportLineBreakNewLine]--><br />
<!--[endif]--><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Quando eu
tinha dezesseis, achava que meu coração era do tamanho da minha mão fechada.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Hoje com
trinta e seis, sei que meu coração consegue pulsar e habitar milhas de
distância.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br />
<!--[if !supportLineBreakNewLine]--><br />
<!--[endif]--><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Quando eu
tinha dezesseis, achava que era dona do mundo e senhora do meu destino.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Agora, com
trinta e seis, não tenho mais dúvidas. Sou dona do meu mundo e senhora do meu
destino!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">**<o:p></o:p></span></div>
</div>
Fabrinehttp://www.blogger.com/profile/15912938054765625729noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-3161568198017791979.post-2123746290015420772017-03-01T23:11:00.018-08:002020-08-20T08:51:24.691-07:00Sobre o eterno, o presente e o amor<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
**</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh2fTMNE5G4a_7VKFuS2nL2_GFDZpQolef_56Q0_B7Qf5ieHjQxUJvH-IkLIQQcDMy23A5MkYC0e9MFpKYe-MZ12btgmYcIJguR2bEpNjaE7ggZ_XrZYswoB4xkUQJkI3wp8Dy4L-qgf9I5/s1600/17105568_1426050120789899_883988148_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="123" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh2fTMNE5G4a_7VKFuS2nL2_GFDZpQolef_56Q0_B7Qf5ieHjQxUJvH-IkLIQQcDMy23A5MkYC0e9MFpKYe-MZ12btgmYcIJguR2bEpNjaE7ggZ_XrZYswoB4xkUQJkI3wp8Dy4L-qgf9I5/s320/17105568_1426050120789899_883988148_n.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<br />
* *<br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<div align="left" style="font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; margin-bottom: 0.13cm; margin-top: 0.13cm;">
<div align="left" style="font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; margin-bottom: 0.13cm; margin-top: 0.13cm;">
<span style="color: #1d2129;"><span style="font-family: "arial" , sans-serif;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: #29303b;">Minha
irmã mostrou uma foto em que dormia com seus quatro filhos, pediu
que eu escrevesse um texto sobre amor baseado nela. Disse que
desejava que o tempo parasse nessa foto para manter as crianças
pequenas e sempre perto dela. Lembrei de várias situações em que
eu gostaria que o tempo parasse. </span></span></span></span>
<br />
<span style="color: #1d2129;"><span style="font-family: "arial" , sans-serif;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: #29303b;"><br /></span></span></span></span>
<span style="color: #1d2129; text-align: justify;"><span style="font-family: "arial" , sans-serif;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: #29303b;"><span style="color: #1d2129;">Quantas vezes desejamos que nossa vida pairasse numa imagem? Como naquelas dos amores de carnaval que passaram tão rápido, da paixão existente no início dos relacionamentos, dos abraços fortes, dos beijos sufocantes que nos enchem de vida e que gostaríamos de eternizar. Do colo da mãe, de brincar com o pai, dividir o chocolate com os irmãos, de cruzar um olhar que ficou eternizado no passado entre dois jovens corações que poderiam ter para sempre se amado se tivessem sido apresentados.</span></span></span></span></span><span style="color: #1d2129; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 12pt; text-align: justify;"> Lembrei também do vídeo
que acabei de receber de um estimado amigo apresentando sua primeira
neta.</span><br />
<span style="color: #1d2129; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 12pt; text-align: justify;"><br /></span></div>
<div align="left" style="font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; margin-bottom: 0.13cm; margin-top: 0.13cm;">
<span style="color: #1d2129;"><span style="font-family: "arial" , sans-serif;"><span style="font-size: 12pt;">Imagino
os pensamentos que lhe vieram à tona, mesmo que por um rápido
lampejo, no voltar no tempo. Lembrou, com certeza, da primeira vez
que pegou sua filha nos braços e mostrou para os amigos aquele
pacotinho tão esperado e já um pedaço indivisível de si, mesmo
que recém a conhecesse. Assim como a minha irmã ao ver a foto dos
seus filhos aninhados junto dela em sua cama. Nessa hora queríamos
ter o poder da alquimia sobre os segundos.</span></span></span><br />
<span style="color: #1d2129;"><span style="font-family: "arial" , sans-serif;"><span style="font-size: 12pt;"><br /></span></span></span></div>
<div align="left" style="font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; margin-bottom: 0.13cm; margin-top: 0.13cm;">
<span style="color: #1d2129; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 12pt; text-align: justify;">Por
outro lado, se tivéssemos esse poder, de quantos outros momentos
lindos seríamos furtados? De dar um segundo abraço mais cúmplice,
de ver as crianças crescerem ou reencontrar com mais maturidade
aquele olhar encantador do passado e poder viver a mais linda
história de amor. A vontade de tornar eterna a efemeridade contida
na felicidade latente nos tolhe muitos momentos de mais amor. Aceitar a
passagem rápida da vida é o segredo da felicidade.</span><br />
<span style="color: #1d2129; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 12pt; text-align: justify;"><br /></span></div>
<div align="left" style="font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; margin-bottom: 0.13cm; margin-top: 0.13cm;">
<span style="color: #1d2129;"><span style="font-family: "arial" , sans-serif;"><span style="font-size: 12pt;">Queremos
congelar o tempo para guardar as boas lembranças, mas esse apego enevoa a esperança de acordarmos no dia seguinte com vontade de termos
dias a mais. A gente só lembra do que pode perder sem lembrar que o
melhor sempre está por vir. Querer manter o estado presente mata a
alegria que está nos esperando de braços abertos ali na frente. Meu
amigo não teria a felicidade de segurar sua neta se não tivesse
deixado sua filha crescer ou tivesse sido privado de envelhecer.</span></span></span><br />
<span style="color: #1d2129;"><span style="font-family: "arial" , sans-serif;"><span style="font-size: 12pt;"><br /></span></span></span></div>
<div align="left" style="font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; margin-bottom: 0.13cm; margin-top: 0.13cm;">
<span style="color: #1d2129;"><span style="font-family: "arial" , sans-serif;"><span style="font-size: 12pt;">O
amor de verão pode viver até o inverno, um primeiro beijo pode se
repetir a cada novo dia, a cumplicidade de uma noite de carnaval pode perdurar até o próximo Natal. Um casamento falido
pode dar lugar a mais felicidade quando as crianças deixam de
presenciar brigas e compartilham a alegria de ver um novo amor
resplandecendo a vida dos pais. A chance de um segundo encontro pode dar início à parceria de uma vida inteira. Às vezes nos acorrentamos a uma cota
pequena de felicidade e acabamos por resumir nossa alegria olhando
uma antiga fotografia.</span></span></span><br />
<span style="color: #1d2129;"><span style="font-family: "arial" , sans-serif;"><span style="font-size: 12pt;"><br /></span></span></span></div>
<div align="left" style="font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; margin-bottom: 0.13cm; margin-top: 0.13cm;">
<span style="color: #1d2129;"><span style="font-family: "arial" , sans-serif;"><span style="font-size: 12pt;">Quantas
vezes matamos novos doces retratos da vida enquanto alimentamos a
nostalgia? O medo gera apego e poda o nosso florescer. Medo de experimentar o novo, medo de reiterar, de novamente sofrer, de se apegar, de doer, de se entregar às surpresas do destino faz com que passemos nossos dias acorrentados à âncora da reles existência que limita os horizontes e tolhe vermos a vida através de novos lindos amanheceres. </span></span></span><br />
<span style="color: #1d2129;"><span style="font-family: "arial" , sans-serif;"><span style="font-size: 12pt;"><br /></span></span></span>
<span style="color: #1d2129;"><span style="font-family: "arial" , sans-serif;"><span style="font-size: 12pt;">Se não
largarmos as moedas de pratas, jamais pegaremos o pote de ouro que ali se avizinha. Sem a
dor de perder o primeiro amor não teríamos como viver um "grande
amor" pois faltaria maturidade para reconhecê-lo. Se os filhos fossem
sempre crianças não existiria colo de vô. As lembranças do
primeiro amor, a cumplicidade do primeiro casamento, o primeiro choro
do rebento sempre estarão vivas no fio invisível da memória e
podem ser revividas todas as vezes que o coração quiser visitar o
passado.</span></span></span><br />
<span style="color: #1d2129;"><span style="font-family: "arial" , sans-serif;"><span style="font-size: 12pt;"><br /></span></span></span></div>
<div align="left" style="font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; margin-bottom: 0cm; margin-top: 0.13cm;">
<span style="color: #1d2129;"><span style="font-family: "arial" , sans-serif;"><span style="font-size: 12pt;">Deus
nos deu a memória para que possamos fazer essas pausas e contemplar a qualquer momento as paisagens da nossa existência. A vida
jamais pode parar, porém o coração permite revisitar nossas
antigas moradas. É muito bom ter as crianças no colo, mas é
preciso deixar que os dias o ensinem a caminhar. Ao invés de querer parar
o tempo, devemos deixar ele nos acarinhar, aconchegados nos braços
desse momento sagrado em que nosso pulsar agora está alocado, lugar
onde deve estar eternamente ancorado nosso coração e nossa mente que, não à toa, é chamado
de presente.</span></span></span><br />
<span style="color: #1d2129;"><span style="font-family: "arial" , sans-serif;"><span style="font-size: 12pt;"><br /></span></span></span>
<span style="color: #1d2129;"><span style="font-family: "arial" , sans-serif;"><span style="font-size: 12pt;"><br /></span></span></span>
<span style="color: #1d2129;"><span style="font-family: "arial" , sans-serif;"><span style="font-size: 12pt;">À memória da Poesia, minha gatinha que morreu enquanto escrevia esse texto.</span></span></span></div>
<br />
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
</div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
* * </div>
Fabrinehttp://www.blogger.com/profile/15912938054765625729noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3161568198017791979.post-39288803924688427112016-12-07T13:27:00.002-08:002020-06-30T13:17:17.207-07:00Despedidas<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br />
**<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhghgIZAxpcrzvI6duTHwIPZk-QXcEZuDMOR8WD7BcTXnV3GfXv9cn2Ny_sGHfZeN3hn09sVzFGXb_Z-UglWNF180iATJfGlyaOUPaPRQY5nGCM7eaXfSPIJIel2Jt78huRZGiwt7TLV8cg/s1600/FB_IMG_1592691476819.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1293" data-original-width="720" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhghgIZAxpcrzvI6duTHwIPZk-QXcEZuDMOR8WD7BcTXnV3GfXv9cn2Ny_sGHfZeN3hn09sVzFGXb_Z-UglWNF180iATJfGlyaOUPaPRQY5nGCM7eaXfSPIJIel2Jt78huRZGiwt7TLV8cg/s320/FB_IMG_1592691476819.jpg" width="178" /></a></div>
<br />
<br />
<br />
<br />
Os últimos acontecimentos do ano
me fizeram pensar muito sobre a fragilidade
da vida e a real importância da nossa existência. Muitas pessoas
perderam seus maridos, filhos, irmãos dando apenas um “até logo”, sem a chance
da real despedida. <o:p></o:p><br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Passei a me questionar quantas
pessoas que amo e não tive a oportunidade de me despedir. Lembrei dos meus avós
falecidos, os que conheci em vida foram internados antes do falecimento e pude, sim,
me despedir de todos. Lembro de no leito do hospital beijar cada um, olhar nos
olhos e dizer o quantos os amava. Tinha certeza que não teria uma segunda
chance para dar adeus.<o:p></o:p><br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Perdi amigos também, esses foram
no rabo do foguete para o outro plano, de forma abrupta sem que eu pudesse dar
um abraço forte e dizer o quanto eram importantes pra mim.<o:p></o:p><br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Veio como lampejo uma súbita e
curiosa vontade de que os velórios
fossem feitos com as pessoas ainda vivas. Tipo uma mesa redonda, onde no
centro estaria o futuro morto, em que não fosse permitido julgar, nem ofender,
nem punir, apenas enaltecer.<br />
<br />
Nesse encontro<i> ante</i> <i>mortem</i> poderiam participar todas as pessoas que o pré-defunto tivesse encontrado durante a vida.
Todas teriam direito à voz, mas somente falariam as coisas boas e
significativas que ele fez. Não se chamaria velório, talvez festório, pois
teria clima de festa e confraternização, com direito a brinde e confetes. Não é isso que se fazem nos velórios? Jogam
confetes nos mortos... então pra que privar a pessoa de receber os confetes,
elogios e agradecimentos ainda em vida? Depois
sim, viria o velório clássico onde todos os defeitos do morto seriam escritos,
sem assinatura, e depositados numa urna a serem enterradas junto com o de
cujus. Coisas ruins devem ser enterradas e esquecidas logo, seja de vivo ou
morto. Já as boas.... essas devem ser entoadas para além das gerações. <o:p></o:p><br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Pois é, talvez você esteja fazendo
a mesma pergunta que eu: como saber quando é a hora de fazer o festório, visto
que a hora da morte é uma eterna dúvida? A resposta é bem simples, pode-se
fazer a qualquer hora e várias vezes, basta que o futuro morto esteja vivo,
claro... Pode fazer junto de uma festa de aniversário, no Natal em que a família
está reunida. Pode ser feito também por
telefone, quando sentir saudade ou lembrar com carinho da pessoa. É muito
simples e libertador. <o:p></o:p><br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Uma coisa é fato, todas as
pessoas, em detarminado momento, vão nos deixar, seja vivo ou morto. Pense em
quantas pessoas passaram pela sua vida? Não falo de quem morreu fisicamente,
mas morreu na tua existência física na terra, que não teve mais contato algum.
Que sumiram no oco do mundo e nunca irão voltar. Quantas você mesmo as mandou embora? E quantas dessas pessoas se foram sem despedir? Para quantas você gostaria de dizer algumas palavras se
soubesse que aquele tchau seria para sempre? Quais seriam suas últimas palavras
para ela? <o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Confesso que não lido bem com
despedidas, mas tenho certeza que mais vale um abraço apertado com sabor de
último do que mil lamúrias em frente a um caixão. Abracem e beijem seus vivos, declare seus amores. Faça um exercício: pense em uma pessoa que amas e
estás distante. Agora imagine que acabou de saber que ela morreu. O que sentiria?
O que diria? Quais arrependimentos tem? Quais perdões lhe daria? Agora pegue o telefone, facebook,
whatsapp, e-mail, marque um café ou qualquer forma de contato que tem com ela e
diga tudo o que pensou. Aproveite a oportunidade de experimentar a sensação de
paz no coração.<br />
<br />
Pode ser clichê, mas não deixe nenhuma reserva de amor guardado para
amanhã. Ele pode nunca chegar e o mundo está cheio de últimos abraços
suprimidos e os cemitérios lotados de flores que o ente querido ali enterrado
nunca sentirá o perfume.<br />
<br />
<span style="line-height: normal;">Então desejo que o amor nunca se demore nessa pressa atropelante dos dias e que sempre haja tempo para todas as despedidas.</span><br />
<span style="line-height: normal;"><br /></span>
<span style="line-height: normal;">**</span></div>
Fabrinehttp://www.blogger.com/profile/15912938054765625729noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-3161568198017791979.post-47544223245497669552016-02-02T11:43:00.001-08:002016-02-02T11:48:24.136-08:00Coragem de Maestro<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgKrDHhDqG0OxA_NTflgEK93EEiCdUSIWaIlRmDagBbMRdONz7YsYp-FVdHN__JGWgcxOO6BG95HmxN16r3RIbfbSMXZX3JIvVBrOjojdRSFC1So1BTL6HBPQ1zNLb792XWcAKPK8mmkFZv/s1600/images-57.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgKrDHhDqG0OxA_NTflgEK93EEiCdUSIWaIlRmDagBbMRdONz7YsYp-FVdHN__JGWgcxOO6BG95HmxN16r3RIbfbSMXZX3JIvVBrOjojdRSFC1So1BTL6HBPQ1zNLb792XWcAKPK8mmkFZv/s1600/images-57.jpeg" /></a></div>
<br />
<br />
<br />
* *<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
A vida não te dá respostas prontas, caminhos retos, direções certas nem obviedades. A vida não vem afinada. Como disse Guimarães Rosa, o que ela quer da gente é coragem. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Tu podes ter a coragem de um kamikaze suicida, de um ancião ou monge tibetano. Coragem para ser o que se é. Mas longo é o caminho do autoconhecimento. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Ao meu ver, o maior ato de coragem é desbravar a si mesmo. Ser mochileiro de seus lugares inóspitos. Desbravar o inviolável de sua própria alma. Esse é o maior ato de coragem . </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Tantos ganham o mundo perdendo a sua essência. Percorrem a jornada da vida deixando pelo caminho migalhas de sua própria alma, chegando na reta de chegada vencedores de recordes e perdedores de si mesmos. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Não adianta ser um catedrático laureado mas reprovar no estreito contato com sua própria sombra. Por isso, mais importante do que abrir as cortinas do quarto, é buscar iluminar seu porão.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Às vezes é preciso silenciar a alma do mundo lá fora para poder ouvir qual sinfonia que toca aqui dentro, porque o que faz uma orquestra afinada é o ouvido apurado e a brilhante regência de seu maestro.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mas não se nasce maestro. É preciso tempo, tato, treino, silêncios, ruídos, coordenação, foco.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E na viagem da vida somos todos maestros amadores conduzindo um bando de desafinados que nos habitam: medos, insegurança, desejos ignorados, talentos adormecidos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Daí vem a coragem a qual me refiro, aquela necessária para a vida: assumir a maestria perante a condução da nossa existência, pegar a batuta, conhecer e comandar todos os "eus" que nos habitam, afinar os instrumentos e nos tornarmos maestros da nossa mais perfeita sinfonia.</div>
<br />
**<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<span class="Apple-style-span" style="background-color: transparent; font-size: xx-small;">* foto: google</span>Fabrinehttp://www.blogger.com/profile/15912938054765625729noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3161568198017791979.post-91369668182977517992015-12-13T12:21:00.000-08:002015-12-13T12:43:53.593-08:00Sobre ventos, cabelos e AI-5<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
**</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhGKc9uwAtlzhWevqDplUCipQzLsFEjPDCuMsQS-jnVFGJxNSboh8Drv_boeNhdFau9T-cGGSJnP_euPizueazZDeFB9WBI02Vguo3JL41MaH-KT6c1qRnDcdlY_2Ibsk6dK0nHI3dFAi-f/s1600/bloggggg.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhGKc9uwAtlzhWevqDplUCipQzLsFEjPDCuMsQS-jnVFGJxNSboh8Drv_boeNhdFau9T-cGGSJnP_euPizueazZDeFB9WBI02Vguo3JL41MaH-KT6c1qRnDcdlY_2Ibsk6dK0nHI3dFAi-f/s320/bloggggg.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<br />
<br />
**<br />
<br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Cheguei no cabeleireiro e sentei como uma rainha.
Aquele salão<i> chic</i> cheio de espelhos,
lustre de cristal, máscaras da <i>L'Oréal</i> e serviçais trazendo café
em xícaras de porcelana chinesa. O intuito era cortar as pontas secas e mudar
um pouco o <i>layout</i>, como diz meu pai.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Logo chega o ''mestre das tesouras'',
muito simpático e sorridente, com aquele instinto de vassalo e pergunta: quanto
posso cortar?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Fixando os olhos nos dele através
do espelho, respondi: quanto tu achar que precisa.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Até agora não sei por quê falei
isso. Por um lapso de segundo me arrependi. Como depositar tamanha confiança em
um estranho? Mas meu orgulho impediu de retificar a resposta. Maldito orgulho
ceifador.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O olhar dele se transformou e o senti
se regozijar por dentro. Em dois segundos me tornei vassala e ele o suserano. Ali estava eu, igual o arbusto sendo tosquiado
pelo Edward Mãos de Tesoura. Só olhava de canto de olho minhas madeixas caírem ao
chão, sem dó nem piedade. Senti minha mãe incorporada naquele corpo. Desde meus
23 anos ela diz que já sou velha para ter cabelos compridos. Praga da D. Inês,
só pode.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Maldito tosador. Em questão de
segundos fui teletransportada do trono majestoso para a guilhotina. As
mãos suavam frio e o coração palpitava. Comecei a colocar a mão no cabelo num ato
comedidamente desesperado e notei que
pouco restava, nem dava para dar aquele
nó charmoso no meio do calor da balada. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Já tive cabelo curto e lembro do
trabalho que dava para domar. Sempre acordava com os cabelos parecendo um
capacete loiro que sobreviveu a um acidente, todo amassado. Já sei que perderei
meia hora de sono todos os dias só por causa desse ato inconsequente. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Depois do<i> cabelocídio</i> ele pergunta (agora com aquele ar de superior cheio de
intimidade) se eu queria que escovasse
com a franja para o lado ou ao meio. Nessa hora quase mandei ele pegar aquela
escova e...<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Sai dali meio desnorteada. Entrei
no primeiro banheiro que vi e fiquei uns vinte minutos mexendo no cabelo, me
encarando no espelho, tentando ver todos os ângulos e me reconhecer em algum. Mandei
fotos para os amigos, caso me encontrassem na rua saberem que se tratava de
mim. Fui para a rua com a força do Sansão careca e segui a vida. Assim os dias se passaram, já
que a vida não condiciona sua existência pelo nosso corte de cabelo. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Lembrei que hoje marcam 47 anos
do AI-5. Para quem não cabulou as aulas de história, ou quem viveu na época da
ditadura, sabe que o corte que ele causou na vida dos brasileiros foi imensamente
mais castrador, catastrófico e durador do que qualquer corte de cabelo. E a
vida seguiu para todos (ou quase). <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Nessa hora me dei conta que vida
se condiciona a fatos muito mais importantes do que uma visita frustrante ao cabeleireiro.
Visitas ao cabeleireiro não entram nos anais. Assim como os finais de
relacionamento ou oportunidades perdidas não entram nas biografias. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
No final das contas, percebi que
o cabelo curto me cai bem, assim como acordar mais cedo me trouxe cafés da
manhã mais sossegados e, melhor do que dar nó no cabelo no calor da balada, é
sentir o ventinho fresco do final de tarde deliciosamente contornando tua nuca.<br />
<br />
Pois é, quero que isso conste na minha biografia : ''Fabrine, aquela que preferia vento
na nuca do que nó na cabeça e mil cortes
nos cabelos a um rasgo na Constituição.’’</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<o:p><br /></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<o:p>**</o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
Fabrinehttp://www.blogger.com/profile/15912938054765625729noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-3161568198017791979.post-70200756993898858582015-06-03T13:27:00.000-07:002015-06-03T13:28:51.550-07:00Obscenidades<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhUCpsa7cJMFKYPS7dPbsg56PZF_pAECxvhj1I779Ju6Mn5jM0vAxaN-GbiSEpEutMWFFke-rlSbD-08DP5MAHx_OW0lRpLh6TY1kabYcTGTlBc_Bpp6IRUVyrtAbz4akgRnBBBCH6-o6hw/s1600/blogs.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhUCpsa7cJMFKYPS7dPbsg56PZF_pAECxvhj1I779Ju6Mn5jM0vAxaN-GbiSEpEutMWFFke-rlSbD-08DP5MAHx_OW0lRpLh6TY1kabYcTGTlBc_Bpp6IRUVyrtAbz4akgRnBBBCH6-o6hw/s320/blogs.jpg" width="208" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br />
**<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Na minha casa não se
falava palavrão. Apesar de meus pais não serem caretas, tinham repúdio às
palavras ofensivas. Então não aprendi a conviver muito bem com elas. Uma vez
chamei meu irmão de pentelho na frente do Bispo da cidade, amigo da
família. Minha mãe ficou zangadíssima e tenho certeza que pensou vários
palavrões para me xingar.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">E assim cresci, sem
usar palavras vulgares nas minhas manifestações de ira ou êxtase. Os
palavrões que decorei eram apenas dois: inconstitucionalissimamente e
oftalmotorrinolaringologista. Quando brigava com alguém
dizia: inconstitucionalissimamente pra ti!!! Mas o interlocutor nunca
entendia a ironia.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Os xingamentos entre
mim e meu irmão eram assim: "Bine, vai chupar um prego!" E eu
respondia: "e tu vai tomar naquele lugar!" Sempre acabava
rápido porque não tinha mais o que falar.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Fui crescendo e meus
amigos “boca sujas” aparecendo. Eu sentia (e ainda sinto) uma certa inveja e
admiração por aqueles que quando a bola bate na trave gritam “Ahhhh,
porrrrra!!!” Ou na hora de uma discussão enche a boca para mandar o cara
pra pqp.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Há poucos dias umas
amigas foram juntas num mercado e protagonizaram uma briga com a atendente
estúpida. A mais desbocada delas usou todo o seu vasto repertório chulo. Não
presenciei a cena, mas de escutar a encenação hilária me regozijava
imaginando eu falando isso tudo para uma certa pessoa.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Tenho uma amiga que,
assim como eu, não tem o hábito de falar palavrão, mas confessou que
aproveita quando está fazendo sexo e rasga todo o seu repertório chulo.
Esse acaba sendo um prazer quase orgasmático.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Lembrei do
Drummond, que escreveu um livro cheio de obscenidades, com poesias eróticas,
chamado “ O Amor Natural” mas não teve coragem de publicar em vida, porque
também não se sentia confortável com essa coisa toda. Há palavrões que são
músicas, palavrões que são poesia e poesias que são palavrões
(Bukowski que o diga) . <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Só tinha um
momento que eu enchia a boca pra falar palavrão sem consciência pesada. Com
quinze anos comprei o CD Cabeça de Dinossauro dos Titãs e conheci a música
Bichos Escrotos. Em determinada hora eles mandam toda meiguice se foder. Virou
um dos meus hits preferidos, só pra eu poder falar o palavrão.<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"> Na época da
faculdade frequentava um Pub que a banda da casa tocava essa música.
Toda noite que eu estava lá dedicavam ela pra mim. E eu adorava
mandar todo mundo pra casa do caralho levantando o dedo do meio bem
desaforada. Mas só no show. Depois botava um halls na boca
e seguia a festa com a boca limpa.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Não sei se foi esse
cerceamento que me deixou uma pessoa mansa e pouco belicosa ou se já é
instintivo, mas percebi que mesmo se permitido fosse - pois agora já posso
falar a merda que quiser, sem levar tapa na bunda - os palavrões se tornaram
inócuos pra mim. Eu xingo com os olhos, ofendo com os quadris e extravaso
movimentando de forma debochada o canto da boca. Aprendi que há outras formas
de hiperbolizar minhas emoções. Descobri que meu sorriso nem sempre é
simpatia. Essa talvez seja minha maior obscenidade.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Mas de tudo isso, o
inquestionável é o poder libertador do palavrão, que evapora o
álcool e exorciza os demônios. Palavrão é o fio terra da linguagem, o
subterfúgio criado pelo homem para descarregar a carga tóxica
excessiva de emoções comprimidas. Enquanto as pessoas brigam se xingando gastam
mais energia enchendo a boca do que as mãos. Por isso anseio por um mundo
de mais palavrões explícitos ou tácitos e menos vias de fato. E que meus amigos
desbocados sejam ainda mais desbocados porque se a palavra liberta, o palavrão
é a liberdade em euforia. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Como disse Dercy
Gonçalves “palavrão, meu filho, é condomínio, palavrão é fome, palavrão é a
maldade que estão fazendo com um colírio custando 40 mil réis, palavrão é não
ter cama nos hospitais. Palavrão, mesmo que ninguém assuma, é a miséria, a
falta de respeito, é a sacanagem que estão fazendo com o povo. Isso que é
palavrão.”<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">E o resto do
vocabulário pode ser usado de escracho na boca de quem bem entender e se alguém
se sentir ultrajado, que coloque tarja preta nos ouvidos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Só sei que geralmente onde tem palavrão não tem
hipocrisia. Talvez por isso eu prefira mil vezes os boca sujas do que os
boca abertas. </span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">* * </span></div>
Fabrinehttp://www.blogger.com/profile/15912938054765625729noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-3161568198017791979.post-4990052628610987272015-02-20T04:36:00.000-08:002015-02-20T07:41:16.781-08:00Pimenta da vida<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
**</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjbCQNcB0a1uL6u3I3mIE9dYrB19eLQWb5hNw7HY5WPD3SCMDQ5N1hLM0xdfnNGprWprbAXWOlErbIdnAZwhrMuVSUmo1NV7_8v70sb7BIsZhwvhXyAfCI6LmRYmzWPgu9qh8dyNLAIcy2Z/s1600/PhotoGrid_1423598846188.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjbCQNcB0a1uL6u3I3mIE9dYrB19eLQWb5hNw7HY5WPD3SCMDQ5N1hLM0xdfnNGprWprbAXWOlErbIdnAZwhrMuVSUmo1NV7_8v70sb7BIsZhwvhXyAfCI6LmRYmzWPgu9qh8dyNLAIcy2Z/s1600/PhotoGrid_1423598846188.jpg" height="320" width="205" /></a></div>
<br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<o:p> * * </o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Ontem foi aniversário de uma
amiga. Menina de alma doce, compositora talentosíssima e com uma capacidade de
empatia ímpar. Ela leu algumas mensagens de felicitações. Dentre elas, uma me
chamou a atenção. Desejava felicidades, amor, saúde e também que mantivesse a
tristeza latente em sua alma, para que ela pudesse continuar escrevendo lindas
canções, porque a beleza das letras está
na dor pungente. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Olhei para a aniversariante com
ares de resignação, porque é a mais pura verdade. Eu escrevo quando dói. Me senti humana nessa hora (sim, têm dias que
me ponho acima dos deuses do Olimpo). Também desejei (em silêncio) a dor a ela,
e a mim. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Lembrei que não escrevo há
tempos. Não que esteja sem dores, só acho que me anestesiei. Dor que não se sente, não se tem. Voltei pra casa derrotada, como um vencedor
mundial de MMA que usou drogas e burlou o antidoping. Dores íntimas e silenciosas,
quando descobertas, ardem mais. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Passei o dia a cutucar as feridas
da minha alma. Raspei saudades, tirei a casca das escolhas mal feitas, passei
álcool nos cortes que me mutilei por derrotas não digeridas. Despi as indulgências
e fiquei nua com a pele lanhada. Enchi a banheira de sal e mergulhei. Senti cada
ardência dos machucados que aceitei de presente da vida. E agradeci por sentir
a dor de estar viva.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Esse texto de tom pesado, aos
olhos de um poeta, soa brisa. E para um bom intérprete de alma, sabe que é aí
que mora a felicidade. Em aceitar a incompletude da vida, os desencontros, as
esperas, os becos sem saída que nos ensinam a pular o muro. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Tem uma música que diz “eu não
consigo ser alegre o tempo inteiro”. Pois é, eu também não consigo, e nem
quero. Quero a distância e
a chegada. Mais que sorrisos francos,
quero o choro sincero. Enquanto as pessoas têm medo de chorar, eu tenho gana
por viver. Mal sabem elas que as lágrimas lavam a alma para a alegria fazer
morada.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">As pessoas fogem desenfreadamente
da dor. Bebem, cheiram, têm relacionamentos fugazes, se escondem e vivem como
múmias sem sentir o real gosto de estar vivo. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">A felicidade vem para aqueles que
ousam sentir a derrota, que colocam os joelhos no chão não apenas por devoção, mas
por serem alunos da escola dos tombos e tropeços. Aliás, quero ser laureada nesse
liceu, porque cada tombo ensina a se levantar e cair com mais suavidade, até chegar
o dia em que perdemos o medo de beijar o chão. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">A felicidade é um milagre para
poucos que ousam ir além da reles superficialidade dos lugares comuns, dos
sentimentos comuns, do relacionamento meia boca, do sorriso que não mostra os
dentes, do rolo compressor da rotina
esmagadora de sonhos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Eu quero mais, eu bebo a vida aos
goles. Prefiro ter a língua queimada do que comer a vida pelas beiradas. Eu quero mesmo é me doer (e me doar) inteira, afinal a dor é a pimenta da vida.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<o:p><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Para Indy, que sempre leva minha
dor para dançar.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
* * </div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
Fabrinehttp://www.blogger.com/profile/15912938054765625729noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3161568198017791979.post-47411595311911880982014-11-19T11:17:00.002-08:002014-11-19T11:28:48.863-08:00Alma Canhota<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj8YTS_GOQjZL-8TknF-1r3hcdDRHU5tOxCviGVx7ZtjwXtM5xgn9r7TUDWp-V0NbAWe25SbufnBaJpD1RVLiiuofilQKLUsuGn5vPvNtQeyKfXO_xr2QbCapsDi4NcdUXn9A0cdf6PYYuq/s1600/blog.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj8YTS_GOQjZL-8TknF-1r3hcdDRHU5tOxCviGVx7ZtjwXtM5xgn9r7TUDWp-V0NbAWe25SbufnBaJpD1RVLiiuofilQKLUsuGn5vPvNtQeyKfXO_xr2QbCapsDi4NcdUXn9A0cdf6PYYuq/s1600/blog.jpg" height="320" width="261" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
* *<br />
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<br />
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Quero
placidamente transitar entre as paisagens da minha alma<br />
Reconhecendo cada esquina como antigas moradas.<br />
Almejo viver minha vida sem altares ou púlpitos.<br />
Sonho pela sutil presença das horas<br />
Sentir cada vão momento como vão momentos que são.<br />
Escrever sem pensar. Escrever por sentir<br />
e sentindo, no cerne imutável da existência,<br />
criar a minha audaciosa biografia póstuma.<br />
Quero passar meus dias a escrever sobre o de cujus que serei.<br />
Quero a morte latente nos meus dias para viver com a gana de um sobrevivente<br />
A morte acompanha a vida, e isso é o que lhe dá sentido.<br />
Quero escrever minha biografia deslizando a mão esquerda sobre o papel
manchando de tinta a pele, como cicatriz da jornada errante.<br />
A torta, a gauche, a mutante alma que me suporta.<br />
Pobre alma amante fiel, filha incompreendida e resignada<br />
minha jovem alma sossegada que desperta com o cingir da carne.<br />
E por tão doce e límpida, disputada entre Deus e o diabo pelos seus santos
pecados, incompreendida entre os homens, na incompetência de alcunhar, te
chamam de canhota</span><span style="background: #F7F7F7; color: #3e454c; font-family: "Helvetica","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">.</span><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"> <o:p></o:p></span></div>
<br /></div>
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<br />
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
* * </div>
Fabrinehttp://www.blogger.com/profile/15912938054765625729noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3161568198017791979.post-57112322422022398552014-10-17T08:44:00.000-07:002014-10-17T12:40:06.490-07:00Mulher de 30 <div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhtML88r9UrGpFCe3ajrYhUu-QNdF-baS56anw9mKhqg2OIkPAtxM92cgGDLryFhA94BXOhNHGmA31MuIluBMasceI0VNeaFe_Sp7j4Zf2dEUSShGF2Acmd0WnnZJWfLh4NppIVBfpLvYQC/s1600/mulher+30.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhtML88r9UrGpFCe3ajrYhUu-QNdF-baS56anw9mKhqg2OIkPAtxM92cgGDLryFhA94BXOhNHGmA31MuIluBMasceI0VNeaFe_Sp7j4Zf2dEUSShGF2Acmd0WnnZJWfLh4NppIVBfpLvYQC/s1600/mulher+30.jpg" height="212" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">* * </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">A alcunha de balzaquiana sempre me pareceu
algo superior, persuasivo, sexy... venho treinando há algum tempo para não me
preocupar quando chegasse a hora. Antes me autointitulava de
pré-balzaquiana. Agora que estou prestes
a me tornar uma, sei exatamente o que isso significa.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Ser balzaquiana nos
dias de hoje significa ter uma dose excessiva de autoestima, senso de humor e
oportunidade.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">É que acontece o seguinte:
quando chegamos aos 30 ficamos no que chamo de “limbo sexo-emocional”. É uma
fase em que não nos satisfazemos com qualquer coisa, com um casinho “meia
boca”, com um sexo mais ou menos, nem temos tolerância com uma conversa
recheada de palavras <i>mononeuronais</i>.<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Tenho várias amigas
solteiras que passarão o próximo sábado ouvindo uma boa música, bebendo uma boa
cerveja e aproveitando ao máximo a companhia de si mesmas. Sem se autoflagelar
por não estarem casadas e com filhos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Claro que a maioria
almeja ter uma família, um homem para chamar de seu e poder fazer um bom sexo
diariamente, mas infelizmente isso pode não acontecer tão cedo. Não temos o afã
de precisar se jogar na “night” a fim de descolar um futuro marido. Mais do que
nunca o intuito aqui é se divertir.<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Vez ou outra até é bom
sair na balada e se deixar levar pelas figuras cômicas que aparecem, como os
pavões que recheiam as noites, querendo sobressair aos demais, se tornando a
referência da festa como “o chato” da noite.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<br />
<div style="border-bottom: dotted windowtext 3.0pt; border: none; mso-element: para-border-div; padding: 0cm 0cm 1.0pt 0cm;">
<div class="MsoNormal" style="border: none; mso-border-bottom-alt: dotted windowtext 3.0pt; mso-padding-alt: 0cm 0cm 1.0pt 0cm; padding: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Mas
o fato é que o perfil feminino ao qual me refiro são mulheres que estão bem
sozinhas, mas sabem como é bom estar em boa companhia e que festa não é lugar
onde se encontra alguém em potencial para se tornar algo mais. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="border: none; mso-border-bottom-alt: dotted windowtext 3.0pt; mso-padding-alt: 0cm 0cm 1.0pt 0cm; padding: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="border: none; mso-border-bottom-alt: dotted windowtext 3.0pt; mso-padding-alt: 0cm 0cm 1.0pt 0cm; padding: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">E
aí complica, pois as possibilidades se tornam limitadas. Como não vamos à caça,
o jeito é ter os olhos atentos. Eu, por exemplo, já iniciei um relacionamento
na delegacia, ao tratar dos interesses de uma cliente com o escrivão de polícia.
Começamos falando sobre a Lei Maria da Penha e terminamos conversando sobre os
sonhos desfeitos no meio desse mundo opressor.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="border: none; mso-border-bottom-alt: dotted windowtext 3.0pt; mso-padding-alt: 0cm 0cm 1.0pt 0cm; padding: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="border: none; mso-border-bottom-alt: dotted windowtext 3.0pt; mso-padding-alt: 0cm 0cm 1.0pt 0cm; padding: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Tenho
uma amiga que tem todos os atrativos para fisgar um bom homem, mas ela é médica
gastroenterologista e trabalha cerca de 15 horas por dia.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="border: none; mso-border-bottom-alt: dotted windowtext 3.0pt; mso-padding-alt: 0cm 0cm 1.0pt 0cm; padding: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="border: none; mso-border-bottom-alt: dotted windowtext 3.0pt; mso-padding-alt: 0cm 0cm 1.0pt 0cm; padding: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">O
nicho dela são os pacientes, namorados em potencial... mesmo prezando pela ética
profissional, ter um caso com um paciente não é crime! Certa vez ela contou que
apareceu no consultório um homem lindo, inteligente, carismático e cheio de
outras qualidades, até trocou uns olhares. Acontece que em determinada altura
da consulta ela precisou perguntar como eram as fezes dele: dura, pastosa, em
pedaços, etc. Nem preciso dizer que a
cantada desandou...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="border: none; mso-border-bottom-alt: dotted windowtext 3.0pt; mso-padding-alt: 0cm 0cm 1.0pt 0cm; padding: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="border: none; mso-border-bottom-alt: dotted windowtext 3.0pt; mso-padding-alt: 0cm 0cm 1.0pt 0cm; padding: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Outra
amiga se interessou por um colega de trabalho, começaram a almoçar todos os
dias, faziam programas juntos, se divertiam muito, porém nada acontecia... até
que ela descobriu que o moço era gay e estava interessado no seu irmão. <o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="border: none; mso-border-bottom-alt: dotted windowtext 3.0pt; mso-padding-alt: 0cm 0cm 1.0pt 0cm; padding: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">As
mulheres de trinta estão no pico de suas potencialidades, cheias de qualidades
legadas da recém passada juventude, aliadas a uma prodigiosa sabedoria que as
distinguem da vala comum. Não são nem tão novas que sejam ingênuas e previsíveis,
nem tão velhas que sejam antiquadas e distantes.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="border: none; mso-border-bottom-alt: dotted windowtext 3.0pt; mso-padding-alt: 0cm 0cm 1.0pt 0cm; padding: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="border: none; mso-border-bottom-alt: dotted windowtext 3.0pt; mso-padding-alt: 0cm 0cm 1.0pt 0cm; padding: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Como
fala Balzac, “c</span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-weight: bold; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">hegando a essa idade, a
mulher sabe consolar em mil ocasiões em que a jovem só sabe gemer".<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="border: none; mso-border-bottom-alt: dotted windowtext 3.0pt; mso-padding-alt: 0cm 0cm 1.0pt 0cm; padding: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-weight: bold; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="border: none; mso-border-bottom-alt: dotted windowtext 3.0pt; mso-padding-alt: 0cm 0cm 1.0pt 0cm; padding: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-weight: bold; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Mas o fato é
que a verdadeira mulher de 30 passa à margem de qualquer classificação que
geralmente possui conotação sexual. Ela se preocupa mais consigo mesma, em se
conhecer, se amar, se auto sustentar financeira e emocionalmente, a vencer os
preconceitos e deixar os melindres de lado. E nessa trajetória ela se esculpe com tal beleza que acaba se tornando extremamente atraente aos
olhos seletivos de quem realmente merece tê-la ao seu lado.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="border: none; mso-border-bottom-alt: dotted windowtext 3.0pt; mso-padding-alt: 0cm 0cm 1.0pt 0cm; padding: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="border: none; mso-border-bottom-alt: dotted windowtext 3.0pt; mso-padding-alt: 0cm 0cm 1.0pt 0cm; padding: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="border: none; mso-border-bottom-alt: dotted windowtext 3.0pt; mso-padding-alt: 0cm 0cm 1.0pt 0cm; padding: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="border: none; mso-border-bottom-alt: dotted windowtext 3.0pt; mso-padding-alt: 0cm 0cm 1.0pt 0cm; padding: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-weight: bold; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Florianópolis, 12 de dezembro de 2010.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="border: none; mso-border-bottom-alt: dotted windowtext 3.0pt; mso-padding-alt: 0cm 0cm 1.0pt 0cm; padding: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-weight: bold; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="border: none; mso-border-bottom-alt: dotted windowtext 3.0pt; mso-padding-alt: 0cm 0cm 1.0pt 0cm; padding: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-weight: bold; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="border: none; mso-border-bottom-alt: dotted windowtext 3.0pt; mso-padding-alt: 0cm 0cm 1.0pt 0cm; padding: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-weight: bold; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="border: none; mso-border-bottom-alt: dotted windowtext 3.0pt; mso-padding-alt: 0cm 0cm 1.0pt 0cm; padding: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-weight: bold; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="border: none; mso-border-bottom-alt: dotted windowtext 3.0pt; mso-padding-alt: 0cm 0cm 1.0pt 0cm; padding: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; line-height: 115%;"><span style="font-size: xx-small;">* foto: google</span></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br /></div>
Fabrinehttp://www.blogger.com/profile/15912938054765625729noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3161568198017791979.post-464375709569086152014-10-08T21:34:00.001-07:002020-06-20T12:12:43.027-07:00Sobre cotidiano e o tempo<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
* * </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Quando tocou o despertador
implorei por mais alguns minutos. Rolando na cama lembrei do desastre que tinha
feito na noite anterior. Estava revoltada com as pontas secas do cabelo e
resolvi eu mesma cortar. Óbvio que não deu certo. Levantei da cama e caí no chuveiro. Mal me olhei no espelho. Fiz o ritual diário para sair de casa, amarrei os cabelos e fui
ganhar o mundo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Cheguei no trabalho e dei uma
olhada na agenda para ver algum horário livre para ir ao cabeleireiro arrumar o
estrago. Notei que nessa semana não conseguiria ir, com muito custo encaixei a
manicure às 8 horas da manhã seguinte.
Peguei um café e mergulhei no processo penal (que nunca foi meu forte). Precisava destrinchar um parecer que estou
fazendo há dias. Sabia que o dia seria curto porque no meio da tarde tinha
consulta com a oftalmologista e não podia adiar. Meus olhos andam enxergando
mal. Depois da consulta iria para a corrida, passar no supermercado e, por fim, passear
com meu cachorro. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O trabalho estava fluindo e
resolvi enforcar o horário do almoço. Eis que recebo uma ligação. Precisava
redigir urgente um importante documento e levá-lo em mãos ao destinatário.
Larguei o processo penal e mergulhei na legislação administrativa. Descubro que a
rede de internet caiu sem previsão para voltar. Me virei com o que tinha em mãos e às 14:30 hs o documento estava
pronto. Corri para entregá-lo ao
destinatário que, por sorte, encontrei com rapidez. Tarefa cumprida com folga de
uma hora até a consulta.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Sem titubear entrei no primeiro
salão de beleza que vi no caminho. Falei para a cabeleireira que ela tinha 40
minutos para devolver a dignidade aos meus cabelos. Enquanto a moça lavava minhas
madeixas pensei sobre a correria louca do dia-a-dia, pela qual a maioria de nós passamos. Eu gosto desse agito, de sempre ter algo a fazer, desafios a vencer. É o mundo em movimento. Mas às vezes o relógio se torna um algoz, colocando em eclipse o sol da nossa vida. Nessas horas queria me teletransportar para qualquer lugar com baixa densidade demográfica, temperatura amena e pouco ruído onde pudesse descansar os olhos em alguma bela paisagem.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
De cabelo cortado fui na médica.
Saí de lá com mais 0,25 grau de astigmatismo e uma receita para um novo óculos.
Fui direto na ótica, que fica na rua mais movimentada da cidade. Fiquei meio
perdida porque não encontrei a loja. Até que concluí que ela havia fechado. Decidi ir em outra loja perto da minha casa. Dei dois passos e ouvi uma voz cantando: “Mesmo quando tudo pede um pouco mais de
calma, até quando o corpo pede um pouco mais de alma, a vida não para...” A
música certa, na hora certa.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Por um momento pensei em ir atrás
da voz que cantava, mas lembrei que tinha mais tarefas a cumprir. Dei dois
passos adiante, mas a música já estava dentro de mim... “enquanto o tempo
acelera e pede pressa, eu me recuso faço hora, vou valsa. A vida é tão rara...”.
Dei meia volta e fui ao encontro do bálsamo da vida. Músicas sempre me salvam.
A meia quadra dali encontrei um rapaz cantando entre a confusão de gente. Parei para respirar a vida
por alguns minutos. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Na primeira música tive vontade de correr como <i>Forrest.</i>
Então começou a cantar a segunda: “ Ando devagar porque já tive pressa e
levo esse sorriso porque já chorei demais...”. Nessa hora meu coração inundou e tive vontade de chorar. E veio a terceira: "Numa folha qualquer eu desenho um sol amarelo e com cinco ou seis retas é fácil
fazer um castelo...” Daí simplesmente agradeci por existir.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Pensei em filmar a cena para
compartilhar com meus amigos. Mas desisti. Deixei o celular na bolsa, fechei os
olhos e flutuei. O relógio não existia mais, me permiti por alguns instantes
viver a plenitude da existência. Depois de umas quatro ou cinco músicas a noite
caiu e o som do helicóptero da polícia sobrevoando despertou a todos. Lembrei que
estou nos dias nebulosos de Florianópolis. Pedi para uma menina que filmou as
músicas me enviasse os vídeos e, agradecida por aquele momento, fui embora.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Consegui pegar a outra ótica aberta e encomendei as novas lentes. Cheguei em casa com plano de seguir o previsto na agenda. Ia por
rapidamente o tênis para correr, mas encontrei meu cachorro destilando amor. Desisti
da corrida e presentei o Smart com um longo passeio pelo bairro. Sempre fui
adepta da corrente do bem. Há uma frase
clássica de um dos meus filmes preferidos em que o protagonista, após viver
voluntariamente a experiência da extrema solidão, diz : “ a felicidade só é
verdadeira quando compartilhada." Decidi compartilhar e multiplicar com meu cachorro a
felicidade que sentia.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Na volta, de alma leve, fui ao
banheiro tirar a maquiagem. Olhei para o lado e lembrei que tenho uma deliciosa
banheira na minha casa, que só usei uma vez esse ano quando queimou o
chuveiro. Deixei ela encher. Peguei
minhas músicas preferidas, me despi e entrei na banheira. Então percebi como é fácil fazer o tempo parar.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
* *</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
Video</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dxoPqHmbJ3nq4RU1xwUJkPRmBoTf_i7m8jnRaO0-irT1kS9d3pPMIPIJKcUqTJVjOB6uibKpaNKfzxgE-oJMw' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe></div>
<br />
<br />
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe width="320" height="266" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/U_etK2F2m5A/0.jpg" src="https://www.youtube.com/embed/U_etK2F2m5A?feature=player_embedded" frameborder="0" allowfullscreen></iframe></div>
<br />Fabrinehttp://www.blogger.com/profile/15912938054765625729noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3161568198017791979.post-25013775783491659432014-09-16T08:35:00.001-07:002014-09-16T18:28:30.256-07:00Coração em Vinte de Setembro <div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div style="text-align: left;">
<div style="text-align: justify;">
* * </div>
</div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhR2m7pE-B_WIPuXDmYGJ4t5x9Edxx0zOggMtHDLYa7snvDV-B7RKsGk_Ulgv9iv4pAAj8vOpsuW5u5fU5pOykYq_YD3RmwCjtN2ZWrlR4-ASf2eO8r4LKpywACXE7rajEzS6JnNOI5mmEa/s1600/hino.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhR2m7pE-B_WIPuXDmYGJ4t5x9Edxx0zOggMtHDLYa7snvDV-B7RKsGk_Ulgv9iv4pAAj8vOpsuW5u5fU5pOykYq_YD3RmwCjtN2ZWrlR4-ASf2eO8r4LKpywACXE7rajEzS6JnNOI5mmEa/s1600/hino.jpg" height="105" width="400" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
* * </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="background: white; color: #222222; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span>
<br />
<div class="MsoNormal">
Vou antecipar meu 20 de Setembro
porque meu coração está bombeando saudade. Só quem é gaúcho sabe o que digo. Como
canta Vitor Ramil, nunca pensei que minha sina fosse andar longe do pago. Porém a vida tem suas razões e por algum motivo, que espero ser justo, me trouxe
para viver numa linda ilha, mas longe da minha gente.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Nessa época do ano meu coração,
que é dado à alegria, chora e se aperta. De onde eu vim aprendemos desde
cedo nossa história, que num país de liberdade negociada por patacas,
manchamos o verde e amarelo da bandeira brasileira com sangue da nossa gente,
por ideologia e valores nobres, pela liberdade, para poder comercializar nossa
riqueza “salgada” sem sermos explorados pela cobiça da coroa.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Lutamos pela liberdade dos
escravos, pela justa tributação do charque e do couro, pelo interesse do nosso
povo, não nos envergando às tropas imperiais, e isso é só um exemplo de
tantas lutas das quais não fugimos. Durante a Revolução Farroupilha construímos
e afirmamos princípios políticos, culturais, econômicos, sociais e
principalmente ideológicos que guiam os gaúchos até os dias de hoje. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
De onde eu vim as crianças são
piás que entoam o hino Rio-Grandense antes mesmo de aprenderem que a
família real veio para o Brasil fugindo de Napoleão. Somos herdeiros de
uma legítima capitania hereditária, de uma terra que passa de
pai para filho e, pra onde quer que vá, coloca um punhado do chão no
coração e leva consigo como um relicário.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Lá no meu pago os
inimigos são declarados e as armas são iguais. É onde os rivais brigam sem que
ninguém de fora esteja autorizado a entrar na peleja, mas também se unem
e se defendem mutuamente quando é preciso, como fazem os legítimos
irmãos. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Rio Grande do Sul, filho rebelde
do sofrido e também honroso Brasil, obrigada por fazer de ti meu
esteio e minha pátria.<o:p></o:p></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
“Entre nós reviva
Atenas<o:p></o:p></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
para assombro dos
tiranos<o:p></o:p></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
Sejamos gregos na
glória<o:p></o:p></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
e na virtude,
romanos”<o:p></o:p></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: left;">
* *</div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; line-height: 115%;"><span style="font-size: xx-small;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; line-height: 115%;"><span style="font-size: xx-small;">foto: goole</span></span></div>
Fabrinehttp://www.blogger.com/profile/15912938054765625729noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3161568198017791979.post-60111714774155032142014-07-29T11:13:00.000-07:002014-07-29T12:09:44.170-07:00Novo Amigo<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj0zkTJIn3o5Xkbck7PZcOBESzodcL2fDVva1lZrv4J1bnEdwjRya978Gx122Cr7kM4YOHrZP3yh6pKKGAxKzx6K97ZYRA3dCt5cAC8UplT3eGKFIF4zVV0ROIqcn7zeocjssou75l00syz/s1600/blog+3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj0zkTJIn3o5Xkbck7PZcOBESzodcL2fDVva1lZrv4J1bnEdwjRya978Gx122Cr7kM4YOHrZP3yh6pKKGAxKzx6K97ZYRA3dCt5cAC8UplT3eGKFIF4zVV0ROIqcn7zeocjssou75l00syz/s1600/blog+3.jpg" height="149" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Eu e o silêncio estamos conversando.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Sussurrando baixinho, porque ele não é dado a alardes.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Há tempos vem tentando chegar perto.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
O silêncio é um sábio conselheiro. Tem me dito tantas
coisas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
A gente se encontrou frente ao mar, chegou de mansinho e me
encarou.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Desses encontros que o acaso gosta de marcar.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Não pude desviar.<br />
Nos conhecíamos de vista, mas nunca quis
me aproximar.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Quanto notei, já estávamos trocando confidências e perdemos
a hora.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
A paz que me trouxe foi tanta que não consegui dizer
adeus.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Despretensiosamente convidei pra vir comigo, e não é que ele
aceitou?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Hoje o silêncio me faz companhia, me afaga e acarinha. <o:p></o:p></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="MsoNormal">
A gente tem se entendido.</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
Desde que ele chegou não tenho mais andado sozinha.<br />
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
**</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<o:p></o:p>Fabrinehttp://www.blogger.com/profile/15912938054765625729noreply@blogger.com2