Eu e o silêncio estamos conversando.
Sussurrando baixinho, porque ele não é dado a alardes.
Há tempos vem tentando chegar perto.
O silêncio é um sábio conselheiro. Tem me dito tantas
coisas.
A gente se encontrou frente ao mar, chegou de mansinho e me
encarou.
Desses encontros que o acaso gosta de marcar.
Não pude desviar.
Nos conhecíamos de vista, mas nunca quis me aproximar.
Nos conhecíamos de vista, mas nunca quis me aproximar.
Quanto notei, já estávamos trocando confidências e perdemos
a hora.
A paz que me trouxe foi tanta que não consegui dizer
adeus.
Despretensiosamente convidei pra vir comigo, e não é que ele
aceitou?
Hoje o silêncio me faz companhia, me afaga e acarinha.
A gente tem se entendido.
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