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Passei o reveillon com amigas
numa praia. Após a ceia, fomos para a beira do mar, sendo que até lá, passamos
por uma trilha íngreme no breu da noite. Chegamos ofegantes, mas em tempo de
apreciar os lindos os fogos. Ótima companhia e o mar imenso à frente. Fomos correndo pular as sete ondas. Concentradas,
contando em conjunto... uma, duas, três... sete!!!! Começamos bem o ano.
A noite passou e 2014 chegou
junto com a ressaca de freixenet. Na conversa do café uma delas perguntou: Bine, tu fez os sete desejos? Eu
achando estranho a pergunta respondi: como assim, sete desejos? ... Ué, os sete desejos das ondas... Ó Cristo!
Não era só contar os pulinhos e a sorte vinha de arrasto??
Eis que ela me responde... pois
é, eu também não fiz. Mas falei para um carinha que pulei as sete ondas e
ele pediu que contasse um dos meus pedidos. Não fiz nenhum também!
Óbvio que rimos muito e conjecturamos
sem titubear: nosso ano vai ser trash... sem
amor, sem dinheiro, sem saúde e blá blá blá. Após um minuto de silêncio ela
soltou a pérola: Quer saber? Melhor que
tenha sido assim mesmo... começar o ano sem expectativas, sem frustrações e tudo
o que vier é lucro!
A paz e felicidade reinaram em
nossos corações... lembrei de um
conselho que recebi certa feita : |Fabrine, crie tudo... mas nunca crie
expectativas. E é verdade. O mal do
século são as expectativas, em si e nos outros. Planos são necessários e plausíveis para direcionar
nossas vidas, mas projetar resultados cartesianos baseados em fatos que nãos estão totalmente
sob nosso controle é assinar atestado de frustração e tristeza futura.
Então este ano não fiz resoluções
de ano novo. Para que fazer prognósticos
criados no afã do momento, com a sensibilidade aflorada com a comoção da
expectativa do ano que virá, fadados a darem errado? Não... deixei para janeiro,
quando a poeira tá baixa e o senso de
realidade está mais condizente com as minhas necessidades.
Em 2014 não quero emagrecer, quero
ser frequentadora assídua da academia,
beber mais água e menos cerveja, comer mais salada. Também não quero dinheiro,
quero trabalhar afinco todos os dias
úteis e ser valorizada por isso. E não
quero ser feliz, quero visitar mais meus
amigos, ir ao cinema, voltar a nadar, caminhar
ao sol e conviver muito com a minha família.
Também não quero um amor, quero
abraçar, ser abraçada, beijar, ter muitos orgasmos, descansar a cabeça em um lugar
seguro e flutuar. E que tudo isso seja com
mesma pessoa que me faça rir de doer a barriga.
Ah... e quero chorar um pouquinho
também, porque a tristeza faz parte da vida e mostra que estou viva e
suscetível aos desprazeres inerentes a ela. Vai me fazer dar mais valor a tudo o que
escrevi antes.
Esse ano quero ter a mesma
convicção e confiança que meu cão tem em mim: De que quando eu esteja presente,
tudo estará bem e eu só traga afeto, carinho, proteção.
Se 2014 me trouxer tudo isso,
maravilha! Se não trouxer... daí vou me divertindo com o que aparecer... assim a gente faz com que a felicidade vire rotina.
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