quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Abrindo o Portão...













"And love is not the easy thing


Is the only baggage that you can bring


Love is not the easy thing


The only baggage you can bring


Is all that you can't leave behind"


******
Este é um texto de despedida.
Estou indo para outro lugar.
Estou deixando tudo o que já não quero.
Um legado que não servirá a ninguém, pois só vestiu a mim e pareceria estranho em qualquer outra pessoa.
Deixo hábitos que não reitero mais,
Buscas que acabaram,
Livros que nunca vou ler,
Crenças que eu tentei ter fé, mas se fosse segui-las condenaria minha alma.
Deixo sapatos que nunca doeram meus pés, quero amaciar novos...
Aprender com novas dores.
Deixo numa porta as flores para que outro regue, essas tenho dó de abandonar...
Estou juntando o que há de melhor em mim e indo para outro lugar.
Larguei velhos vícios e bloqueei o caminho para outros seguidores.
Ignoro os que me chamam, só escuto o que me soa melodia.
Estou indo sem deixar migalhas de pão ou pedras pelo caminho,
Não quero voltar, nem que me achem.
Levo páginas em branco e canetas coloridas.
Levo cilindros, vou ir para onde falta o ar.
Quero aprender a usar pés-de-pato, experimentar dar alguns passos para trás e mergulhar num novo mundo...
Vou sonhar para a frente.
Sei que não é fácil, mas talvez alguém me ajude a reaprender a respirar. Quero ar de qualidade.
Vou eu em busca do meu Ale nto, da minha paz, do meu melhor perfume, do que renova minha fé.
Quero repousar minhas noites no meu melhor travesseiro,
Sentir a doce brisa do ar quente e ofegante que vem quando avistamos um gramado verdinho, ensolarado e corremos até nos atirar sem medo em sua brandura.
Não digo para qual lugar estou indo, porque não sei se vou ficar.
Estou sem teto, mas tenho um lar inteiro dentro de mim.
Levo as chaves, mas para onde vou de nada adianta ter as chaves se as portas estiverem fechadas.
Mesmo que seja com uma cara carrancuda, alguém tem que me receber, dar as boas-vindas e oferecer pouso.
Quero acomodações módicas, toda riqueza vai estar na simplicidade dos sentimentos.
Serei uma boa hóspede. Carrego pouca bagagem, pois é essencial ser livre para poder ficar.
Estou abrindo o caminho...
Levo minha bússola, meu cantil, tênis confortável, protetor solar e imaginação de sobra para passar o tempo.
Não importa a distância, o andar me faz feliz.
Essa solidão passageira não me traz medo. É bom também aprender a ser só.
Nada receio, porque mesmo que eu não encontre ninguém a me esperar, o meu coração já mudou de endereço e nunca mais voltará para o lugar de onde partiu.


* *


2 comentários:

RenataSF disse...

Oi minha véia!!
Ontem terminei um livro. Seu título: O sol dos scorta. Gostei! Confesso que as livrarias me causam uma certa fobia, pois a magnitude e grandiosidade das prateleiras, repletas de livros, faz aflorar em mim um sentimento de impotência e completa indecisão frente a multivariedades de exemplares. Qual livro escolher? Eis que tenho dinheiro para dois, trës ou quatro? E se estiver me precipitando e forem todos "meia-boca"? Talvez o melhor seja fazer uni-duni-të, pois senão vou permanecer indefinidamente a olhar a capa, inspecionar a orelha, me introduzir na introdução e a me colocar questões que nunca chegarei a responder, a não ser que leia o livro inteiro. Então, o melhor mesmo é me dirigir ao caixa e seja o que Deus quiser! Bem bem lá no final das contas acabo, na maioria das vezes, me decepcionando comigo mesma, pela minha incapacidade de escolher bons livros. Começo à lë-los com sede e entusiasmo, vou perdendo o fölego no meio do caminho e acabo por 'finir' o livro à duras penas, como que por obrigação, na tentativa de me auto consolar e convencer de que, no fundo, fiz uma boa escolha, que valeu a pena, que é melhor com ele do que sem ele, etc... Mas não sei se sou eu que não sei sorver o essencial e profundo dos livros e histórias ou se, dentre a imensa quantidade de "escrituras" existe mesmo muita coisa medíocre e nada aprofundável, e que a probabilidade de "picar" uma história muito 'mais-ou-menos' acaba sendo grande.
Enfim, O Sol dos Scortas me possibilitou 'redimir-me' um pouco comigo mesma. Me fez bem. Me fez crescer. Como já havia te escrito outra vez, fazia tempo que não lia algo que me fizesse bem e um pouco melhor. Assim que terminei a última palavra da última frase da última página, comecei a me lembrar de um de teus textos, que se chama "Amor e vício", eu acho. Fechei o livro com a certeza de que um pouco de mim já não pertencia só a mim, mas à todos aqueles personagens que dividiram comigo seus segredos e seus sentimentos.
Então, como se não bastasse, decidida à vir aqui te deixar um recado, me deparo com outro texto profundo e cheio de sentimento, sensibilidade, coragem, complexidade e simplicidade e beleza: "Abrindo o portão..."
Tive poucas oportunidades de te conhecer à fundo. Nos instantes em que estivemos juntas e próximas não cheguei sequer perto de descobrir a grandiosidade da tua alma. Não por ter te considerado "pouca" ou "pequena". Náo!! Mas porque através de tuas palavras escritas, aqui, onde cheguei um pouco "por acaso", descubro uma Fabrine linda e maravilhosa, com um talento de expressão excepcional, que fui incapaz de descobrir em meio à folia, ao samba e às cervejas de uma 'Encruzilhada'. Parabéns negrucha!!! Quero simplesmente te dizer que adoro vir aqui ler teus textos e me deixar levar pelas tuas "palavras".
Um beijão bem grande, tudo de bom e felicidade!

Guilherme disse...

Como havia dito no scrap no msn, esse seu texto é de tamanha profundidade que eu me envolvi no texto e adrentei o sentimento que ali se apresentava. Forte, determinada, convicta no novo rumo a seguir, madura, em encontro à mais bela e pura pessoa que hoje se liberta da "felicidade" fácil. Vai em busca da felicidade mais difícil, todavia, mas plena e completante de teu ser!

Bine, o bom é poder estar sempre em felicidade. Eu sempre fui um daqueles que dizia que não há felicidade apenas momentos felizes, mas hoje, talvez comece a pensar doutra forma. Tudo isso que falamos, argumentamos, pensamos, sentimos... só é o que é devido ao contexto em que nos condicionamos a pensar, de acordo com vários esquemas mentais que montamos. Só que derepente, eis o estalo, "tlac", e percebemos tudo o que antes percebíamos de uma forma, de outra.
A magia da vida e do seu sentido, a felicidade, é querer saber esses porquês...
E a vida segue...
e nós também...
mas como? Eis um mistério, mas podemos ajudar a construir

Guria, estás a ponto de pensar e saber expressar o mais profundo sentimento humano. O amor, aquele incondicional, aquele que por sí só se basta!
É...
"Em busca de sonhos"
carinho, beijo, abraço, e... um sentimento especial...
beijos