quarta-feira, 23 de abril de 2008

Ir ao cinema sozinho


Falam que o excesso de gente impede de ver as pessoas, mas tem dias que uma única e qualquer pessoa pode me impedir de ver. Dias que quero ser só minha. Não gosto de solidão, mas não abro mão de momentos preciosos de minha própria e exclusiva companhia. Sou ciumenta! Autopossessiva, pode ser... Comigo tenho esse direito.
Há quem não entenda que não recuso a sua companhia para ir ao cinema, é que eu já tenho outra. Sou tantas que às vezes precisamos nos encontrar. Não vou ao cinema para papear, vou para assistir o filme, ou viajar nos meus pensamentos (cinema é ótimo pra isso). Claro... namorar no cinema tem seu valor, mas isso só vale para os primeiros encontros, depois têm lugares melhores pra isso.
Outro lugar que é precioso para "autoencontros" é a cafeteria. Às vezes um jornal ajuda a ter assunto.
Cena recente:
Uma amiga me liga, no meio da sessão:
Ela: Oi querida, vem aqui em casa!
Eu: Estou no cinema, depois te ligo.
Encerro a ligação e em seguida recebo a mensagem: Com quem????

Parece que para  ir ao cinema tem que estar acompanhado! Ela até agora não aceita que eu, por vezes, GOSTO de ir sozinha ao cinema. E ainda se zangou porque não a convidei! Decidi! A partir de agora vou ao cinema escondia!!

Um comentário:

Kojji Narimatsu disse...

Também aprecio o ócio criativo, amo estar comigo mesmo, poder pensar livremente, sem interrupção, sem intervenção, apenas me and me and me...
Considero natural ir ao cinema sózinho, já fui tantas vezes, pq não?
Embora goste de estar só, aprecio também o encontro com o outro que soma um imaginário à parte, onde somam-se perspectivas, paradigmas, contextos, significantes e significados diveros ou divergentes; contextualiza-se, contemporiza-se a metamorfose da contrução de novos saberes.
Sózinho ou Juntos, a dualidade que se alterna e se complementa, cada momento enriquecendo o outro, assim é a vida,
assim é o Tao.