terça-feira, 9 de janeiro de 2018

Aurora Tropical






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Dizem que nos extremos o sol não brilha e a noite se faz perene
No Polo Sul e Norte eles têm pouca sorte
De ver o sol raiar, a tempestade passar e flores em cada canto brotar

Ver o sol de só de passagem no descanso da tela do computador não serve pra mim.
Não nasci para expectador.

Nasci para ser Deusa, dona dos ventos, luz e trevas,  disjuntor da minha própria existência
Crio breus, noites escuras na alma, becos sem saídas. Crio paz, luz e amor, tormentas e tormentosos prazeres.

Gosto de brincar de nascer, matar e recriar. Nasci pra ser deus. Nasci para me mandar.
Para me auto pontuar.

Nasci para me queimar, julgar, condenar e perdoar. Nasci para me indultar.
Para me deportar e repatriar, nasci para me governar. Pra me benzer e excomungar. Nasci para me matar, gerar, parir e nutrir.

 Nasci para ressurgir.

Nasci assim, para me descrever. Para ser estranha a quase todos e lugar comum para todos que conquistaram e dominaram o vasto horizonte que habita em mim.

Companhias para comigo observar a deslumbrante aurora boreal que tem aqui, tropicalmente no meu quintal.


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